Tripulação ucraniana de navio é substituída por brasileiros
Trabalhadores estavam meses no mar, com pouca água, alimento e quase sete meses de atraso salarial
Após meses no mar, com pouca água, alimento e há quase sete meses de atraso salarial, a tripulação de maioria ucraniana do navio Srakane foi substituída neste domingo (26) por uma tripulação de brasileiros.
Os trabalhadores que estavam a bordo foram repatriados, retornando ao país de origem de avião, após a empresa santista CBA Trading - Exportação de Produtos Agrícolas – mesmo sem qualquer vínculo com a embarcação – decidir arcar com os custos de toda a operação e quitação de débitos, para assegurar a dignidade dos trabalhadores.
No total eram 14 pessoas. 12 voltaram e dois permaneceram. Por serem engenheiros de máquinas, por lei, eles têm que ficar 48 horas dentro do navio para treinar a nova tripulação. Na quinta-feira (30), eles retornarão para casa.
Também ficaram o capitão Krsto Dabivic, da Croácia, e o segundo comandante, o servo croata Alen Babovic. Ambos firmaram contrato com a CBA Trading para continuar à frente do navio. Fizeram acordo por livre consentimento, com a nova empresa santista.
O navio agora passará por reparos técnicos no Porto Santos.
Entenda o caso
A empresa santista iria fretar o navio, mas soube, numa vistoria, de vários problemas. As dificuldades começaram após um armador do navio não arcar com os custos da operação. A situação piorou com a pandemia de corononavírus, pois a embarcação tentou ancorar em países europeus e na África, mas teve a entrada negada devido ao combate à doença.
Sem combustível, a embarcação foi para Salvador (Bahia), onde pôde reabastecer, mas não atracar. Depois passou por São Sebastião antes de receber assistência santista.