Ricardo Larguesa: 5G privado e operação portuária

A internet 5G será 20 vezes mais rápida do que as tecnologias atuais

Por: Ricardo Pupo Larguesa  -  15/04/22  -  09:03
  Foto: Imagem Ilustrativa/Freepik

É inegável que a chegada do 5G está causando grande expectativa na população em geral. Isso porque a comunicação móvel popularizou e democratizou as tecnologias de comunicação sem fio. Com isso, todos estamos ansiosos pelas possibilidades que esta nova tecnologia trará.


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E não são poucas. A internet 5G será 20 vezes mais rápida do que as tecnologias atuais, que, convenhamos, são bem rápidas. Um outro ponto, muito importante para o setor, é a quantidade de dispositivos que essa tecnologia permite conectar simultaneamente. Enquanto no 4G, por exemplo, a cobertura é de 10 mil dispositivos por km2, o 5G conectará até 1 milhão de dispositivos por km2.


Aí sim teremos abertura para soluções reais de IoT (Internet of Things - Internet das Coisas), já que essas soluções permitem a comunicação de inúmeros dispositivos pequenos e com propósitos muito específicos como sensores e controladores de luzes, condicionadores de ar etc.


Só que a indústria está mais interessada em outro tipo de aplicação desta tecnologia: as redes privadas. Há mais de um modelo possível e o 5G trouxe à tona essa discussão. Já era possível usar tecnologias móveis para construir redes privadas, mas infelizmente não é comum.


A indústria portuária tem um interesse especial neste tipo de solução. Muitas organizações precisam de redes sem fio, mas poucas abrangem uma área tão grande. Num terminal portuário usa-se tecnologia Wi-Fi, como na maioria dos casos, na rede que conecta equipamentos em veículos que circulam pelo terminal. E Wi-Fi nunca foi uma tecnologia para veículos. Os protocolos dela são péssimos para lidar com roaming, que é o nome que se dá à troca de antenas por um dispositivo em movimento. O problema é que veículos fazem roaming o tempo inteiro. Por outro lado, as tecnologias móveis são feitas para fazer roaming. São muito mais eficientes para um terminal portuário.


Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já estão discutindo os parâmetros de utilização segura das redes privadas. Multinacionais como Qualcomm, Nokia e outras noticiaram interesse na oferta de produtos de 5G privados, inclusive com foco específico no setor portuário. Já há terminais estudando a implementação desta tecnologia. E é só o começo.


Ficaremos na expectativa e no aguardo. Essa tecnologia vem para ficar e será decisiva para uma operação mais conectada, ágil e assertiva.


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