Petroleiros de Santos protestam contra a falta de segurança na Transpetro

Trabalhadores reclamam do baixo número de funcionários para as funções

Por: Brenda Bento  -  17/09/21  -  07:49
Atualizado em 17/09/21 - 11:25
 Trabalhadores protestam em frente à Transpetro
Trabalhadores protestam em frente à Transpetro   Foto: Divulgação/Sindipetro

Os petroleiros do Terminal Aquaviário da Transpetro, no bairro Alemoa, em Santos, começaram um protesto na noite desta quinta-feira (16). Eles reivindicam segurança operacional na unidade. O Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (SindiPetro-LP) afirma que ao longo do tempo, seja por demissão ou aposentadoria, o quadro de profissionais tem sido reduzido, o que coloca em risco os trabalhadores.


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A manifestação do sindicato e dos funcionários ocorre da seguinte forma: Às 19 horas, os profissionais que assumiriam os postos de trabalhos não iniciaram a jornada, enquanto os que estavam em serviço permaneceram em atividade. O presidente do SindiPetro-LP, Fábio Mello, informou que quer "fazer com que a empresa negocie uma contingência segura, conforme a lei de greve"


"Caso ela (empresa) não venha a negociar vamos entrar com pedidos de habeas corpus para que as pessoas que estão lá dentro providenciem a parada do terminal de forma segura para que os trabalhadores que estão lá dentro exerçam o seu direto à greve", reforçou o sindicalista.


Sem reposição
Mello disse à A Tribuna que a Transpetro troca o efetivo sem fazer a reposição das vagas perdidas. "As pessoas estão se aposentando pelos vários programas de incentivo de desligamento que estão acontecendo no Sistema Petrobras. Não foram realizados concursos públicos para reposição desse efetivo."


O presidente explica que, no momento, são apenas nove operadores, o que coloca o terminal em "insegurança". Segundo ele, seriam necessários 10 operadores por turno, além de um supervisor.


O sindicalista, aponta, ainda, que com a reclassificação para a NR-20 (que estabelece requisitos mínimos para gestão da segurança e saúde no trabalho), em 2019, o Terminal pôde aumentar a armazenagem de hidrocarbonetos. Mello diz que esta situação agrava ainda mais a situação dos profissionais, que atuam em efetivo menor.


Outro pontos ainda foram criticados pelo presidente da categoria. "Nós estamos com dificuldade de saber quem são os brigadistas (...). O Sindicato, os trabalhadores e a Cipa entendem que o número mínimo de profissionais (para se ter segurança) seria 10 operadores e um supervisor. A empresa se nega a colocar isso no papel".


Sem experiência
Segundo o presidente do SindiPetro-LP, a empresa está fazendo movimentações internas de pessoas. Ele conta que estão transferindo pessoal do escritório e da manutenção, por exemplo, para fazer parte do quadro de operação.


Ele afirma que estes profissionais "não tiveram treinamento concluído (para a exercer a nova função), colocando eles em condição de insegurança e intranquilidade".


Negociações
O presidente do sindicato conta que enviou um ofício comunicando a greve na última quinta-feira (9). Ele diz que a empresa recebeu o documento e respondeu no domingo (12) com a proposta de marcar uma reunião, que aconteceu na terça-feira (13).


"A empresa pediu um tempo e o sindicato deu até esta quinta-feira (16) pela manhã para que formalizasse o quadro mínimo operacional (com 10 profissionais mais o supervisor)". Mello detalha a composição do quadro: "três operadores na sala de controle, dois operadores no setor de óleo, dois operadores no setor do gás, três operadores no píer e mais um supervisor".


A reportagem entrou em contato com a Transpetro, mas não obteve resposta até o fechamento da edição.


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