Pesquisa de estudante desenvolve software para melhorar segurança em terminais do Porto de Santos

Com o software, análise de riscos no Porto será mais ágil

Por: Sandro Thadeu  -  19/12/21  -  21:21
Atualizado em 20/12/21 - 12:37
Além da melhoria de inovação e ganho de tempo, será possível ter um resultado imediato nesse processo
Além da melhoria de inovação e ganho de tempo, será possível ter um resultado imediato nesse processo   Foto: Carlos Nogueira/AT

A necessidade de avaliação da análise de risco para a prevenção de acidentes e questões de segurança é fundamental para garantir o pleno desenvolvimento das atividades portuárias.


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Diante desse cenário e da importância de identificar vulnerabilidades, ameaças e perigos que podem contribuir para o risco das operações dos terminais de contêineres do Porto de Santos, a estudante Bianca Mingorance Machado Paniagua, de 19 anos, resolveu se debruçar nesta questão.


Ela, que está no segundo ano do curso de Gestão Portuária da Faculdade de Tecnologia (Fatec) Baixada Santista - Rubens Lara, fez um estudo de iniciação científica onde apresenta uma proposta de criação de um software, com base na Resolução 53 da Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos).


Esse trabalho de análise é feito por meio da metodologia Aresp (Análise de Riscos com Ênfase em Segurança Portuária), que foi desenvolvida no formato de planilhas em Excel. O objetivo da estudante é padronizar e automatizar esse processo por meio desse novo protótipo.


Além da melhoria de inovação e ganho de tempo, será possível ter um resultado imediato nesse processo, o que contribuirá para a governança e gestão dos terminais.


“O maior desafio foi o entendimento da Resolução 53, os modos operantes, como a Conportos e a Cesportos (Comissões Estaduais de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis) trabalhavam e interpretam em transformar o sistema de planilha em um software capaz de gerar a matriz de risco e fazer a avaliação do risco por categoria, considerando as ameaças, vulnerabilidades e consequências”, explicou.


Conforme Bianca, os terminais de contêineres foram escolhidos no início da iniciação científica para a criação do protótipo e a aplicação dele poderá ser de uso em geral.


“A pesquisa não estará restrita apenas a esse tipo de terminal, mas também aos de granel sólido e líquido”, justificou.


Apoio
Bianca é uma das estudantes da Fatec contempladas com a bolsa de iniciação científica, cujo valor mensal é de cerca de R$ 200,00. Uma das disciplinas do curso de Gestão Portuária da instituição é a Análise de Riscos.


O professor e orientador desse trabalho acadêmico, Júlio César Raymundo, explicou que esse processo já é efeito nos terminais brasileiros desde o ano passado pela metodologia Aresp.


A ideia desse projeto desenvolvido pela estudante é automatizar e sistematizar o processo dentro de um software.


“O processo de ensino-aprendizagem não é instantâneo. Os estudantes têm a oportunidade de aprenderem a prática e as necessidades do mercado portuário. A função da academia é ensinar, desenvolver e inovar. Há alguns softwares no mercado, mas nenhum adaptado ao método Aresp”, destacou ele, que é coordenador da graduação.


Integrante da PF recebe prêmio por criar projeto pioneiro
O integrante da área de inteligência da Polícia Federal (PF) Felipe Scarpelli foi, no último dia 15, um dos vencedores do Prêmio Espírito Público 2021, que é concedido a profissionais que contribuem para o aperfeiçoamento do serviço público.


Formado em Engenharia de Produção, o agente da PF conquistou esse reconhecimento no eixo setorial Segurança Pública por ser o responsável por criar a metodologia Aresp (Análise de Riscos com Ênfase em Segurança Portuária).


Essa iniciativa foi desenvolvida em parceria com a Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos) e permitiu a criação de novas medidas de proteção nos terminais.


“O prêmio veio para coroar esse trabalho, fruto de uma importante parceria com esses órgãos. Estou muito gratificado por esses dois anos de atividades. Não esperava que receberia esse prêmio, que serve de estímulo para entregarmos à sociedade soluções cada vez melhores e diferenciadas à sociedade”, destacou.


Desde 2010, Scarpelli vem trabalhando especificamente no desenvolvimento de estruturas de análise de risco e fez um mestrado nessa área.


Ele foi procurado pela Conportos para fazer um trabalho em conjunto, porque o ISPS Code (o Código Internacional para Segurança de Navios e Instalações Portuárias), implementado em 2012, tinha como um de seus objetivos prover uma metodologia para avaliações de segurança de modo a desenvolver planos e procedimentos a fim de responder às ameaças reais ou potenciais que podem impactar a atividade portuária.


“Desenvolvi a estrutura e fomos in loco nos portos se ela tinha estrutura com as distintas realidades locais dos terminais. Santos foi um dos laboratórios para aplicarmos a metodologia, fazermos adequações e encontramos um padrão para ser aplicado em todo o País, o que ocorreu a partir do ano passado”, disse.


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