Navio testa filtro que reduz emissão de poluentes

Experiência foi acompanhada pelo Ibama e pela Autoridade Portuária

Por: Matheus Müller  -  11/07/21  -  16:04
 O navio M/V Harvest Time Imo estava fundeado a aproximadamente 100 quilômetros da costa da região
O navio M/V Harvest Time Imo estava fundeado a aproximadamente 100 quilômetros da costa da região   Foto: Divulgação

A Autoridade Portuária de Santos (APS) e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) participaram, no último dia 1º, da vistoria e coleta de efluentes (material despejado no oceano) de um equipamento instalado na embarcação M/V Harvest Time Imo, da armadora suíça ADM International Sàrl. O scrubber, como é chamado, tem como função reduzir a emissão de enxofre, eliminado após a queima do combustível, no mar.


Clique e Assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe acesso completo ao Portal e dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


Por segurança, e como o uso desses equipamentos ainda não é permitido no mar territorial brasileiro, o scrubber só foi acionado a aproximadamente 100 quilômetros da costa, na mesma área onde foram coletadas as amostras dos efluentes eliminados pelo navio. Eventual autorização deste sistema no País dependerá do resultado das amostras e decisão da APS.


A análise é realizada por laboratório certificado de São Paulo. A APS, em nota, informa que “não há pedido formal de autorização de uso do equipamento no Porto de Santos, pois ainda resta pendente a conclusão das análises laboratoriais, cujos resultados servirão de base para uma análise conjunta entre Autoridade Portuária e Ibama”.


A Autoridade Portuária aponta que esse estudo, em conjunto com o Ibama, tem por objetivo “concluir se o sistema atende aos padrões nacionais e regionais para o lançamento de efluentes, de modo que, posteriormente, seja julgada a possibilidade de uso no Porto de Santos”, diz o texto.


Custo e economia


Ana Angélica Alabarce, agente ambiental federal e responsável pelo Ibama na Região, diz que um equipamento como o instalado na embarcação M/V Harvest Time Imo é um investimento da ordem de US$ 3 milhões.


Segundo ela, além de a redução de poluentes no oceano atender regulamentação da Organização Marítima Internacional (IMO, sigla em inglês), a armadora acaba economizando em combustível.


“O combustível com maior teor de enxofre é mais barato. E é nisso que eles querem economizar. Eles não falaram, mas a gente sabe. Um investimento num equipamento deste é muito caro, mas é uma vez só que você compra. Tem toda a manutenção, claro, mas para eles é válido e para meio ambiente também”, aponta.


Em relação à análise das amostras, ela afirma que aguarda o resultado. Só após este é que vão deliberar se a utilização será liberada. “Essa liberação será do próprio Porto (APS), só que com aval nosso”.


Ana Angélica explica que muitos países não autorizam o acionamento do equipamento em seus respectivos territórios marítimos. "É o que eu falei. Nesse, nós fizemos o teste. Não significa que os outros navios (com outros modelos) vão ser liberados. Tem que ser feito o teste”.


A chefe do Ibama complementa: “Tem navios em que esse scrubber não tem condições. Esse, realmente, se der tudo certo, é porque o equipamento, a limpeza, enfim, tudo (dá resultado). É espetacular”.


Logo A Tribuna