Navio Professor W. Besnard, atracado no Porto de Santos, tem destino incerto

Pressionado, responsável diz não ter para onde levá-lo e procura uma nova morada para a embarcação

Por: Fernanda Balbino  -  13/02/22  -  13:13
Segundo o Imar, diversas intervenções foram realizadas e embarcação corre risco de naufragar
Segundo o Imar, diversas intervenções foram realizadas e embarcação corre risco de naufragar   Foto: Carlos Nogueira/Arquivo/AT

Continua a busca por um destino para o navio de pesquisas oceanográfico Prof. W. Besnard, que está atracado no cais do Armazém 5, no Porto de Santos. Enquanto não há uma definição de uma nova morada para a embarcação, o proprietário, que se diz pressionado a retirá-la do cais santista, realiza intervenções para evitar a ação do tempo.


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


O W. Besnard foi pioneiro na oceanografia do País e ficou mais de 40 anos na ativa, participando da primeira expedição brasileira à Antártida. Na última década, já aposentado, teve a destinação modificada diversas vezes, desde ser transformado em sucata até ser repassado ao Uruguai, entre outros fins.


O navio teve a permissão de navegar revogada pela Marinha após um incêndio, proveniente de um curto-circuito do ventilador de um dos camarotes da embarcação, capaz de receber 37 pessoas, sendo 15 pesquisadores e 22 tripulantes.


De acordo com o presidente do Instituto do Mar (Imar), Fernando Liberalli, nos últimos meses, cerca de R$ 130 mil foram investidos na embarcação. Tudo para deixá-la em segurança e evitar o risco de naufrágio ou poluição, os grandes pontos de atenção do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “O navio está mais limpo. Já possuo um laudo do engenheiro e ele tem um atestado de estanqueidade, se encontra íntegro nas chapas. Agora, nós estamos providenciando a autorização para reboque, para retirá-lo de lá. Eu sofro uma pressão do Porto para que tiremos ele de lá, mas estou com dificuldade para fechar um local”, aponta Liberalli.


Vontade

A ideia é que o W. Besnard seja aberto à visitação pública, principalmente com a participação de crianças que poderão conhecer um pouco sobre a história da oceanografia brasileira.


“Já tentei levá-lo para o Guarujá e não deu certo. Agora, uma opção, que ainda precisa de negociação, é levá-lo para o Terminal de Pesca, na Ponta da Praia. Com revitalização, ele poderia ser aberto para exposição, virar uma sala de aulas para crianças, com uma espécie de memorial das viagens do Besnard”, afirma Liberalli.


Outra ideia já apresentada pelo proprietário da embarcação é deixá-la nas proximidades do Museu de Pesca, na Ponta da Praia. “Gostaria muito que ela pudesse ficar no Porto, onde morou por 50 anos. Deveria ter um local para abri-la para visitação pública, ali mesmo”.


Procurada, a Santos Port Authority (SPA) informou que monitora a embarcação continuamente para avaliar as suas condições de flutuabilidade, estabilidade e amarração. Ela informou também que opções para destinação do navio estão sendo estudadas, mas não revelou maiores detalhes.


Já a Prefeitura de Santos disse que o Imar, junto à Autoridade Portuária, “está viabilizando uma alternativa para a remoção da embarcação do cais”.


Logo A Tribuna