Maratona de 30h busca soluções para desafios portuários

Empresa do setor faz encontro de programação com 30h corridas e 110 participantes em 27 equipes

Por: Matheus Müller & Da Redação &  -  07/04/19  -  21:51
Empresas e parceiras ofereceram estruturas para as 27 equipes, que viraram a noite trabalhando
Empresas e parceiras ofereceram estruturas para as 27 equipes, que viraram a noite trabalhando   Foto: Carlos Nogueira/ AT

Quando se fala em maratona, vêm à mente as longas corridas, certo? Nem sempre. O hackathon também é uma maratona, mas de programação. Por 30 horas corridas, 110 participantes em 27 equipes aceitaram o desafio proposto pela Brasil Terminal Portuário (BTP) em parceria com a ModalGR: apresentar uma solução para integrar as janelas de atracação dos navios – a chegada de caminhões com a escala dos profissionais do terminal. 


O BTP Code, como foi batizado, começou no sábado (6), às 9 horas, e termina nesse domingo (7), às 13 horas. Duas horas depois, às 15 portanto, na Universidade Paulista (Unip), os resultados e os vencedores serão conhecidos. A instituição de ensino e a IBM – participante em mais de 50 dessas atividades – são parceiras da iniciativa, a primeira realizada no Porto de Santos. 


Coube à IBM selecionar os 110 participantes entre os mais de 500 estudantes, startups e empresas inscritas no hackathon. O número é superior ao de muitas iniciativas do tipo em São Paulo e teve interessados de localidades como Brasília (DF) e Curitiba (PR).


Todos ganham 


Apesar de ser uma competição, o desafio não é encarado dessa forma pelos participantes e organizadores, que o enxergam como uma festa, um momento para trocar experiências, contatos e mostrar potencial. 


“Você percebe que um ajuda o outro e trocam ideias. É mais do que um problema e uma competição. É uma inovação aberta. Todos estão aqui para aprender e trazer soluções”, diz Luiz Simões, diretor da ModalGR, empresa que levou à BTP a ideia do hackathon


Não necessariamente os vencedores, que serão premiados com um computador Macbook Air e produtos da IBM Cloud, terão o trabalho absorvido pela empresa. A propriedade intelectual é dos participantes e, se interessar às empresas, a solução proposta será desenvolvida. 


A maratona permite a todos, inclusive aos mentores – profissionais experientes –, renovar ideias e se motivar com o entusiasmo dos participantes. 


“Trabalhamos com a motivação de acreditar e inovar. Essa iniciativa pode trazer não só o conhecimento do profissional da BTP, mas de pessoas de fora, de mentes brilhantes, que nos mostram uma visão diferente da que estamos habituados”, diz Fabiana Morgante de Alencar, gerente de Tecnologia da Informação da BTP.


Reconhecendo problemas


A necessidade do hackathon passa pela solução de um problema. Reconhecer que algo pode melhorar, mas não costuma ser evidenciado pelas empresas. Conforme Fernando Rych, da IBM, a ação demonstra a maturidade necessária para o desenvolvimento do negócio. 


“Conforme a empresa cresce, ela é obrigada a implantar processos de controle. Isso engessa parcialmente o negócio. Como faço para estimular a inovação? Ir à comunidade buscar ideias. Você reconhece ser grande, mas não consegue inovar na velocidade que precisa e, assim (com o hackathon), você oxigena o negócio”, afirma.


Logo A Tribuna