Luis Claudio Santana Montenegro: Feliz Ano-Novo! Adeus ano velho
Ele é Engenheiro civil e mestre em Engenharia de Transportes pelo Instituto Militar de Engenharia
Último dia de um ano de grandes desafios e vou propor aqui um último esforço para tentarmos sugerir um plano para 2022. O ano começará com as expectativas em torno de possíveis mudanças no Ministério da Infraestrutura. Não que as mudanças não sejam comuns para o comando da pasta, já que o setor teve mais de 20 ministros nos últimos 20 anos. Mas acredito que nunca estivemos tão ansiosos pela concretização definitiva de um projeto de Estado nesse segmento.
Nesse sentido, nosso objetivo aqui é avaliar o que precisa ainda ser feito a partir da continuidade de ações técnicas e necessárias para definitivamente elevar a nossa logística a patamares globais de desempenho.
Trago três temas como sugestão de pauta para o novo ano: planejamento participativo, aprimoramento do desempenho da mão de obra portuária e redução da burocracia na logística de transportes.
Sobre planejamento participativo, já falamos aqui nesta coluna, mas não me cansarei de defender que a seleção de alternativas para a solução de problemas diagnosticados na nossa logística seja feita com a colaboração plena de toda a sociedade. Somente assim poderemos ter a certeza da melhor função e utilidade para cada real investido.
Evoluímos na participação social, mas ainda estamos limitados a debater pequenos aprimoramentos em soluções previamente definidas. Assim, temos perdido oportunidades de trazer inovação e o melhor da capacidade de solução para a mesa de debates. No modelo atual, propostas disruptivas acabam sendo vistas como atraso na implementação das alternativas tradicionais de solução.
Para o tema mão de obra portuária, reconhecendo a sua extrema importância, acredito que chegou a hora de quantificarmos exatamente a diferença de resultados possíveis com operações portuárias executadas com equipes de alto desempenho, fundamentadas em qualificação de alto nível e em seleção por resultados. Confesso que não consigo compreender bem porque ainda não encontramos um caminho sustentável para esse tema, principalmente dada a qualidade dos interlocutores de lado a lado. Acredito que a priorização do tema como política pública e o desenvolvimento de um plano de trabalho de convergência metodológica irão nos trazer uma solução do tipo ganha-ganha nesse tema tão importante.
Para que o ano novo seja completo, proponho ainda avançarmos de forma definitiva e arrojada na implantação de um programa de qualidade total e melhoria contínua nos processos burocráticos relacionados à logística de transportes, principalmente nos que envolvem o comércio internacional. Sabemos que os ganhos de eficiência são os de menor custo de implantação, os que trazem resultados mais rápidos, e provavelmente os que nos trarão maior ampliação da capacidade da nossa infraestrutura logística. A eficiência reduzirá fortemente os custos logísticos e permitirá direcionar investimentos em infraestrutura para os casos em que realmente são necessários.
Planos de Estado são resistentes a processos de mudança institucional representam os anseios da sociedade e têm seu amplo apoio estrutural, mas, principalmente, garantem a segurança necessária aos investimentos produtivos, tão importantes para que possamos definitivamente encontrar nosso caminho de desenvolvimento.