Luis Claudio Santana Montenegro: A importância do planejamento integrado e participativo
Planejar infraestrutura logística não é um trabalho fácil
Na experiência de estruturação do Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP), logo no início dos trabalhos, um colega me disse uma frase que nunca me esqueci por teoria e por prática: “Prepare-se, pois fazer planejamento é desenvolver propostas e, logo em seguida, apanhar de todos os lados!”.
Como aprimoramento, foram elaborados planos mestres em cada porto, em um modelo em que se conseguiu avaliar o máximo do potencial de ampliação da capacidade multimodal em três níveis: (1) melhorando a capacidade operacional das infraestruturas já existentes, estágio de menor investimento com resultados mais rápidos; (2) expandindo a capacidade do que já existe, para evitar o abandono de infraestruturas com grandes investimentos, o que seria o mesmo que descobrir um Santo (com o perdão do trocadilho) para cobrir o outro; (3) implantar novas infraestruturas.
Na Comunidade Europeia, as atividades de planejamento integrado são exercidas com coordenadores para cada um dos nove corredores estratégicos e para duas áreas temáticas transversais: Motorways of the Seas (a nossa BR do Mar) e Ferrovias. Nesse modelo, cada coordenador tem espaço para defender investimentos integrados no corredor que representa, existindo espaço para que todos possam apresentar seus pleitos e compor um plano integrado continental.
Qualquer nova solução apresentada pela sociedade, nos atuais processos participativos, acaba sendo enxergada como atraso ao processo de solução daquele gargalo.