Leilões de áreas no Porto de Santos podem garantir R$ 4,7 bilhões ao complexo portuário

Esta é a projeção de investimentos com a ocupação dos locais para a movimentação de contêineres e granéis

Por: Ágata Luz  -  13/03/22  -  10:03
Atualizado em 13/03/22 - 15:05
O ano de 2022 será um dos mais importantes para a história do Porto de Santos
O ano de 2022 será um dos mais importantes para a história do Porto de Santos   Foto: Matheus Tagé/AT

O ano de 2022 será um dos mais importantes para a história do Porto de Santos por diversos fatores. Além da previsão de desestatização de Santos Port Authority (SPA), leilões de seis áreas devem acontecer neste ano e trazer investimentos de cerca de R$ 4,7 bilhões para o maior complexo portuário do Brasil.


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As áreas a serem leiloadas - STS53, STS08, STS11, STS10 e Terminais Retroalfadengados (TRA) Saboó e Margem Esquerda - estão espalhadas por Alemoa, Outerinhos, Paquetá, Saboó e Guarujá. Elas serão ocupadas por terminais de contêineres e granéis vegetais, líquidos e minerais.


Quase todos os leilões estão previstos para o segundo semestre deste ano - a exceção é o STS11, que deve ocorrer no próximo dia 30. O total de R$ 4,7 bilhões em investimentos pode sofrer alterações. Isso porque, dos estudos preliminares até a publicação de editais, há etapas que podem resultar na atualização dos valores.


Nesse pacote de leilões, a maior expectativa do setor portuário está centrada no STS10 e STS11. Enquanto o primeiro tem a maior previsão de investimentos, com R$ 2,5 bilhões, o segundo é o único que já tem data marcada para o leilão: 30 de março.


Leilões de seis áreas devem acontecer e gerar investimentos de R$ 4,7 bilhões
Leilões de seis áreas devem acontecer e gerar investimentos de R$ 4,7 bilhões   Foto: A Tribuna

Segundo a SPA, o STS 11 será o maior terminal de granéis vegetais do País, com capacidade para 14,3 milhões de toneladas anuais. Além de ganhar produtividade na movimentação de soja em grãos, farelo de soja, milho, açúcar e desembarque de trigo, por conta da modernização dos equipamentos e instalações, o terminal está inserido na diretriz do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto, visando atender a 100% da demanda de cargas da sua área de influência.


Entre os armazéns 12A e 15, no Paquetá, o STS11 será instalado em duas etapas: a primeira com 62 mil m² e a segunda chegando a 98,2 mil m². O leilão será realizado na Bolsa de Valores de São Paulo.


Enquanto isso, o STS 10 está em consulta pública até 21 de abril. O leilão do terminal de contêineres que fica no Saboó está previsto para o quatro trimestre de 2022. Segundo a Autoridade Portuária, o STS 10 tem “importância vital”, já que a carga conteinerizada está em crescimento.


Em nota, a SPA afirma que há necessidade de expandir a capacidade para atender ao fluxo de contêineres. Atualmente, a capacidade dinâmica para operação de caixas metálicas em Santos é da ordem de 5,3 milhões de TEU (contêiner padrão de 20 pés). No ano passado, a movimentação chegou a 4,8 milhões de TEU. Se o ritmo deste ano seguir como está, 2022 será encerrado com 5,4 milhões de TEU – acima da capacidade existente.


A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirma que a taxa ideal de ocupação de berços de atracação para terminais de contêineres é de 65%. Acima deste número, a operação pode se tornar ineficiente caso aconteça qualquer evento extraordinário, como greves ou fechamento do canal de navegação.


Em Santos, a taxa de ocupação de berços nos terminais de contêineres supera 70% na média. Em alguns meses do ano passado, segundo a SPA, a taxa passou de 85% na BTP e na DP World.


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