Hudson Carvalho: Mundo do trabalho 2022, rumo às oportunidades

Ele é Especialista em Gestão de Pessoas e em Estratégia Organizacional

Por: Hudson Carvalho  -  07/01/22  -  12:09
  Foto: Pixabay

“O futuro tem muitos nomes.
Para os fracos é o inalcançável.
Para os temerosos, o desconhecido.
Para os valentes é a oportunidade”,
Victor Hugo, escritor


O início de cada ano é pródigo em previsões. Adoramos imaginar o que virá em seguida. Nas várias atividades humanas isso acontece. No mundo do trabalho não é diferente.


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O ano será mais enigmático que os anteriores. A pandemia muda de face, diminui, mas não termina. A transformação tecnológica, o desejo de todos por mais qualidade de vida. Tudo aponta para que os 12 próximos meses sejam, no mínimo, desafiadores.


Há números? Sim. Segundo relatório emitido pelo Fórum Econômico Mundial, até 2025 (ali na esquina dos próximos três anos), máquinas trabalharão mais do que o ser humano, eliminando 75 milhões de postos de trabalho.


É muito, não?
Por outro lado, novas tecnologias devem criar 133 milhões de empregos. O saldo positivo é de 58 milhões. Ótimo, se houver profissionais qualificados para ocuparem esses postos.


Se o problema é a falta de qualificação em muitas das grandes empresas, 85% delas, temerosas pela falta de mão de obra, investirão recursos próprios na requalificação de pessoal.


Decisão acertada, da qual deveriam estar igualmente interessados em participar governos, entidades representativas de empregados e empregadores, além do esforço próprio que cada profissional deveria fazer para auto qualificar-se. Afinal, 74% das empresas enxergam na disponibilidade de mão de obra qualificada o principal fator de influência sobre a decisão de onde instalar suas operações. Mão de obra é o fator que decide onde ficarão os empregos.


Aprendizado, adquirir continuamente novas habilidades será ainda mais importante do que a nomenclatura dos cargos. O trabalho a ser feito e suas entregas irão superar em muito a antiga e limitada descrição de cargo.


Os portos brasileiros não ficarão imunes. Ao contrário. Tecnologia é apenas parte da questão.


Adquirir novas competências comportamentais - assumir um comportamento diferente e melhor - é um desafio maior. A preocupação com melhoria contínua. Redução de custos e trabalho feito dentro de regras de segurança farão, cada vez mais, parte do dia a dia de empresas e trabalhadores. E não apenas nos textos de missão e visão das empresas. Deverão ser valores verdadeiros, compartilhados entre todos, como forma de sobrevivência profissional. Do cargo mais simples ao mais importante.


Quer mais? Produzir resultados dentro de um ambiente de sustentabilidade e de governança também fará parte do jogo.


Como se vê, a discussão, sobre trabalhar em home office ou de forma presencial é importante, mas pequena frente a tantas e tantas mudanças que devem ser implantadas para que tenhamos portos mais produtivos.


A nossa hora da verdade acontece no interior dos navios, na peação feita pelo estivador, no movimento feito no costado pela capatazia, no registro de um conferente, a cada movimento feito em um pórtico ou empilhadeira por um operador de equipamentos. No reparo feito pela manutenção. A cada cálculo feito por um planner. A cada decisão estratégica tomada por um dirigente.


Não sei como 2022 terminará, mas sei que é um ano feito para gente como nós: valente, como nos versos de Victor Hugo.


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