Hidrovia Tietê-Paraná volta a operar na próxima terça-feira

De início, embarcações com calado de 2,4 metros poderão navegar na via, por onde passam cargas para o Porto de Santos

Por: Fernanda Balbino  -  12/03/22  -  12:23
Estado de São Paulo administra o trecho de 800 quilômetros da hidrovia, que fica no território paulista, de um total de 2,4 mil quilômetros
Estado de São Paulo administra o trecho de 800 quilômetros da hidrovia, que fica no território paulista, de um total de 2,4 mil quilômetros   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

A partir da próxima terça-feira (15), serão retomadas as operações da Hidrovia Tietê-Paraná, por onde passam cargas em direção ao Porto de Santos. Inicialmente, embarcações com calado (distância entre a ponta do casco e o nível da água) de 2,4 metros poderão trafegar. Mas, a previsão é de que, até o final do mês, a via atinja a sua forma plena, reduzindo a restrição para comboios de 2,7 metros. Mesmo com a retomada, ainda são necessárias intervenções para a remoção de obstáculos na via marítima.


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A informação é do secretário estadual de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto. Segundo ele, a hidrovia vem sendo impactada desde agosto do ano passado, em função da falta de chuvas na região do pedral de Nova Avanhandava, em Buritama (SP).


O local fica entre São Simão (GO), onde são embarcadas as produções agrícolas do Centro-Oeste e Pederneiras (SP). Depois, do desembarque dos comboios, as cargas seguem pelas linhas ferroviárias até o Porto de Santos, onde são escoadas ao mercado internacional.


De acordo com o Estado, que administra o trecho paulista de 800 quilômetros dos 2,4 mil quilômetros da hidrovia, as principais mercadorias operadas são milho, soja, óleo, madeira, carvão, cana de açúcar e adubo. E, segundo o secretário João Octaviano, antes da paralisação do pedral de Nova Avanhandava, em Buritama, a Hidrovia Tietê vinha transportando níveis recordes da produção agrícola brasileira, principalmente de soja e milho.


Em 2020, foram 2,1 milhões de toneladas de cargas transportadas, mesmo com a pandemia. No ano anterior, a movimentação foi de 2,5 milhões de toneladas no trecho de São Paulo, administrado pelo Departamento Hidroviário (DH). “Agora, a expectativa é retomar um volume parecido com esse”, destacou Octaviano.


A Hidrovia Tietê-Paraná chegou a ter 10 comboios operando, de um total de 24 que funcionavam de janeiro a maio de 2021. Porém, a falta de chuvas no Interior do Estado prejudicou a logística do transporte das cargas.


“É por isto que a Secretaria de Logística e Transportes entende que é importantíssimo mudar a matriz energética do País para diminuir a dependência das hidroelétricas”, destaca João Octaviano.


O secretário destaca, ainda, que a retomada das operações só foi possível após diversas reuniões envolvendo órgãos do Estado e da União, como o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Agência Nacional de Águas (ANA).


Investimento
De acordo com Octaviano, o Estado aguarda a liberação de recursos que somam cerca de R$ 300 milhões do Governo Federal. O montante é necessário para obras de remoção de um pedral na região onde houve a interdição da operações. “Os projetos estão prontos e aprovados em Brasília. O que falta é apenas o repasse financeiro”, explicou.


O secretário aponta, ainda, que o Governo de São Paulo está concluindo as obras para implantação do canal de montante da eclusa de Ibitinga, com investimento de quase R$ 10 milhões, e o desassoreamento, derrocamento e ampliação de vãos de pontes, manutenção e implantação da sinalização náutica, o que promove mais segurança da navegação fluvial.


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