Guedes aponta privatização do Porto como prioridade em 2021
Desestatização da Autoridade Portuária já está em estudos pelo BNDES. Previsão é que leilão ocorra em 2022
As prioridades para as privatizações federais em 2021 abrangem quatro companhias, a Eletrobras, os Correios, a Autoridade Portuária de Santos e a PPSA (empresa que administra os contratos do pré-sal), disse nesta sexta-feira (18) o ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista para fazer um balanço de fim de ano da pasta. Ele classificou como óbvias a venda das quatro estatais em 2021.
“São quatro privatizações óbvias, conversando com nossos eixos políticos meses atrás”, declarou. O ministro citou a necessidade de atrair investimentos privados e de acabar com a corrupção, como justificativas para vender as estatais.
Sobre a Autoridade Portuária de Santos (APS), o processo de desestatização da empresa já está em estudo, trabalho realizado por um consórcio contratado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo a Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), do Ministério da Economia, as conclusões das avaliações supervisionadas pelo BNDES serão apresentadas à comunidade no terceiro trimestre de 2021 e, até o final do ano, o modelo de concessão será definido.
Conforme cronograma do PPI, o leilão da APS deve ocorrer no segundo semestre de 2022.
Eletrobras
Em relação à Eletrobras, o ministro disse que a empresa precisa investir R$ 17 bilhões por ano e, atualmente, consegue investir apenas R$ 3,7 bilhões. Segundo ele, o Governo Federal tem pouca capacidade fiscal de cobrir as dificuldades financeiras da geradora de energia.
Sobre os Correios, Guedes disse ser preciso salvar a empresa antes que ela deixe de ser funcional e, também, garantir o pagamento das aposentadorias dos funcionários que contribuem para o fundo de pensão da empresa.
O ministro classificou de “patético” o trabalho da PPSA. Na avaliação dele, os R$ 100 bilhões de contratos administrados pela estatal são um “pretexto para a corrupção”.
Além da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19), que reduziu o preço de ativos financeiros em todo o planeta, o ministro atribuiu o atraso nas privatizações a dois motivos. Ele disse haver resistências por parte de ministros do próprio governo e repetiu declarações dadas por ele recentemente, de que um acordo de partidos de centro com legendas de esquerda na Câmara dos Deputados impede o andamento das privatizações.
Sobre a privatização da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), o ministro disse que o presidente Jair Bolsonaro optou por adiar a venda para dar tempo de “eliminar a corrupção” na empresa.