Governo quer implantar novo PDZ do Porto de Santos ainda neste semestre

Informação é do secretário nacional de Portos, Diogo Piloni, que receberá o estudo na próxima semana

Por: Fernanda Balbino & Da Redação &  -  21/02/20  -  15:43
Setor portuário tem novas oportunidades de emprego
Setor portuário tem novas oportunidades de emprego   Foto: Carlos Nogueira/AT

O novo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto de Santos será avaliado e deve ser implantado ainda neste semestre, pela Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários. O órgão, ligado ao Ministério da Infraestrutura, vai receber o estudo na próxima semana, de acordo com a programação da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade Portuária). 


A informação é do secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Diogo Piloni. O executivo, que também é presidente do Conselho de Administração (Consad) da Codesp, esteve em Santos ontem. 


Além de participar de reunião na sede da Autoridade Portuária, Piloni visitou a sede do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp). A entidade reúne operadores que atuam no cais santista. Todos aguardam as novas diretrizes do PDZ. 


O estudo reúne normas de exploração de áreas no porto e funciona como um instrumento de planejamento e fomentador de políticas públicas portuárias. Esta versão do PDZ prioriza a clusterização, que é a concentração de cargas em determinadas regiões do cais santista. 


Além disso, a proposta do novo plano prevê medidas para ampliar em 50% a capacidade de movimentação de cargas do complexo marítimo nas próximas duas décadas, chegando a 240,6 milhões de toneladas anuais. 


“O PDZ é desatualizado desde 2006. Isso é muito ruim para a empresa porque não tem uma visão de curto, médio e longo prazo clara para a ocupação e vocação das suas áreas. Então, a gente aprovando isso, é um cumprimento, um plano de longo prazo. Não é nada de um dia para o outro. Mas aí fica a linha mestra da atuação da companhia daqui em diante”, destacou o secretário nacional.


Diálogo com a comunidade


A revisão do PDZ criou polêmica porque empresários e sindicalistas pediram maior discussão do estudo com a comunidade portuária. Piloni discorda e aponta que, em uma análise importante como o zoneamento do Porto, é natural que alguns interesses não sejam atendidos. 


"Na discussão do PDZ, quando a gente está definindo a alocação e a correta vocação de áreas dentro do Porto, é natural que se desagrade interesses específicos. E, assim, o olhar da companhia deve ser o da otimização do Porto como um todo. É óbvio que é importante observar os interesses específicos, tentar conciliar”, disse o executivo.


A Autoridade Portuária destaca que realizou mais de 30 reuniões setoriais com profissionais envolvidos nas atividades do complexo para discutir o PDZ. Como resultado, a Docas passou a analisar um pedido feito por algumas dessas entidades. 


O pleito se refere à destinação de dois berços de atracação para 13 operadores de cais público. Isto porque o projeto elaborado pela Autoridade Portuária não contempla a movimentação de cargas realizadas por esses empresários. 


A saída estudada prevê implantar esses dois berços entre a Alemoa e o cluster de contêineres a ser implantado no Saboó.


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