Emprego é principal assunto em audiência pública sobre a desestatização do Porto de Santos

Encontro desta quarta-feira (16), na Câmara de Santos, esclareceu dúvidas sobre o processo de privatização

Por: Ágata Luz  -  17/02/22  -  13:34
Evento foi promovido pela Comissão de Assuntos Portuários da Câmara de Santos
Evento foi promovido pela Comissão de Assuntos Portuários da Câmara de Santos   Foto: Matheus Tagé/AT

Emprego. Este foi o principal ponto debatido na audiência pública sobre a desestatização do Porto de Santos, realizada na quarta-feira (16) pela Comissão de Assuntos Portuários da Câmara de Santos. Com o objetivo de esclarecer as principais dúvidas, o encontro contou com a participação de vereadores, trabalhadores, sindicalistas e representantes da Autoridade Portuária e da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários.


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Os trabalhadores portuários enumeraram diversas preocupações com o futuro da categoria e, em mais de uma oportunidade, alegaram não entender os motivos que levaram o Governo Federal a desestatizar a Santos Port Authority (SPA), responsável pela gestão do complexo portuário santista.


O presidente do Sindicato dos Operários Portuários (Sintraport), Claudiomiro Machado, o Miro, citou não haver garantias legais de emprego a quem atua hoje no cais. “Os 60 mil empregos vão vir de pessoas de outras cidades”, diz, em referência à estimativa de vagas divulgada semana passada pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, ao apresentar o projeto da desestatização.


Em resposta, o diretor-presidente da SPA, Fernando Biral, explicou que um dos motivos da privatização é justamente a geração de novos postos de trabalho. “É a única forma de criarmos mais empregos. Quando a gente fala de mais empregos, temos que pensar na população como um todo”.


Ele ainda enfatizou que o complexo portuário deixou de crescer devido à falta de investimentos – que devem ser realizados com a desestatização. Também garantiu que não haverá venda de patrimônio, uma vez que todo o processo ocorrerá por meio de concessão.


Mesmo assim, houve críticas à proposta do Governo Federal. “Somos contra a desestatização porque não há um modelo de referência que nos traga segurança de que o Porto de Santos vai gerar emprego e se desenvolver industrialmente”, explica o presidente da comissão, vereador Francisco Nogueira (PT). Segundo ele, o Porto já é privatizado em suas operações e há outras formas de tirar do papel projetos como a ligação seca Santos-Guarujá, prevista na concessão.


Ainda na audiência, o presidente do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport), Everandy Cirino dos Santos, adiantou que o assunto deve parar na Justiça. “Vamos tentar juridicamente que o edital do leilão da Autoridade Portuária nem seja publicado”.


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