Theresa May sobrevive, mas Brexit afunda em meio a caos político
Primeira-ministra britânica terá de retornar ao parlamento com um plano B na próxima segunda-feira (21)
O governo de Theresa May conseguiu impedir, com vantagem estreita, uma moção de censura na quarta-feira (16), após a derrota retumbante na véspera de seu acordo do Brexit. Mas o caos político está instaurado a apenas 72 dias da saída prevista da União Europeia (UE).
A moção de desconfiança, como também é chamada, foi apresentada na véspera pelo líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, e rejeitada por 325 deputados, contra 306.
Em curta mensagem transmitida pela TV à noite na porta de seu gabinete em Downing Street, a primeira-ministra considerou que este voto “nos dá a oportunidade de nos concentrarmos em encontrar uma via para avançar rumo ao Brexit”. “Todos devemos trabalhar construtivamente juntos”, afirmou.
Na terça, May tinha sofrido a pior derrota imposta pelo parlamento a um governo britânico na história recente do país: 432 deputados – entre eles, 118 de seu próprio Partido Conservador – votaram contra seu acordo de Brexit, que conseguiu apenas 202 apoios.
Mas, no dia seguinte, tanto os rebeldes conservadores como o pequeno partido unionista norte-irlandês DUP – do qual depende a maioria parlamente dos Tories – deixaram claro que não querem deixar o governo e a negociação do Brexit na mão dos trabalhistas.
Reforçada, pelo menos por ora, pela evidência de que seus próprios deputados rebeldes querem que fique à frente da árdua tarefa de tirar o país da UE, May voltará na segunda-feira ao Parlamento com um plano B.
Antes, afirmou, abrirá um diálogo com os líderes da oposição. Mas se May continuar a insistir em defender seu acordo com sutis modificações, é possível que pró-europeus e eurocéticos também se afinquem em suas respectivas posições e nada mude.