Prefeito cogita disputar o Governo de São Paulo pelo PSD

Em visita ao Grupo Tribuna, Felicio Ramuth, de São José dos Campos, espera reaproximar o Estado da população

Por: Régis Querino  -  23/03/22  -  16:21
Felicio Ramuth, prefeito reeleito de São José dos Campos, é pré-candidato ao Governo do Estado pelo PSD
Felicio Ramuth, prefeito reeleito de São José dos Campos, é pré-candidato ao Governo do Estado pelo PSD   Foto: Matheus Muller

Cumprindo o segundo mandato como prefeito de São José dos Campos, Felicio Ramuth pode confirmar, até o início da próxima semana, sua pré-candidatura ao Governo Estadual pelo PSD. Após 29 anos no PSDB, o empresário, de 53 anos, mudou de sigla em janeiro, aceitando convite do presidente do partido, Gilberto Kassab.


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Em visita ao Grupo Tribuna nesta terça-feira (22), Ramuth disse que, se aceitar o desafio, terá a missão de reaproximar o Governo Estadual da população, mediante uma “uma campanha equilibrada e de centro, aproveitando ideias boas à direita e à esquerda”.


“Essa última gestão é de um governo distante do dia a dia das pessoas, distante do dia a dia das cidades. Com bons técnicos formados nas melhores universidades, até, do mundo, mas que têm um distanciamento social e político”, afirmou Ramuth, que não esconde as diferenças com o governador João Doria (PSDB).


“Eu fui um dos três prefeitos do Estado de São Paulo que apoiaram o (governador gaúcho) Eduardo Leite (nas prévias presidenciais do PSDB). Isso acabou sedimentando a saída (do partido)”, justificou Ramuth, que teve embates com o governador durante a pandemia, quando defendia a autonomia dos municípios ns adoção de medidas sanitárias. “Entre as cidades acima de 500 mil habitantes, São José dos Campos tem o menor número de óbitos por habitante do Estado”, apontou.


Programa de governo

Caso confirme a candidatura ao Palácio dos Bandeirantes, Ramuth enumerou saúde, educação e mobilidade como o tripé de um futuro programa de governo. “Temos ações que podem servir de exemplo, como o hospital de retaguarda que, em plena pandemia, foi construído em 35 dias. É um método definitivo, que fica (funcionando) depois da pandemia, com 85% financiados pela iniciativa privada. Enquanto outras cidades construíram hospitais de campanha, provisórios, construímos um hospital com metodologia off-site (em módulos), que pode ser aplicada no Estado.”


Outra proposta seria a difusão de veículos elétricos no transporte público. “São José vai ser a primeira cidade do Brasil a ter 100% de veículos elétricos. Temos o VLP (Veículo Leve sobre Pneus), o primeiro transporte de massa 100% elétrico. No Litoral, o que a gente vê é o grande problema de mobilidade, as interligações entre as cidades do Litoral Sul com a Baixada Santista, o próprio VLT, que chega até determinado ponto. O Estado tem que estar mais presente.”


Citando o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de São José dos Campos no Estado (primeiro no Ensino Fundamental 1 e segundo no Fundamental 2 em cidades com mais de 400 mil habitantes), Ramuth criticou a qualidade do ensino na rede pública estadual. “Por que o Estado não pode ter a mesma eficiência?”


Confiança no segundo turno

Ainda em fase de discussão da candidatura, Felicio Ramuth vê um horizonte promissor, caso deixe a Prefeitura até 2 de abril para concorrer ao Governo Estadual.


“É a eleição mais aberta dos últimos 20 anos para o Governo de São Paulo. Temos um governo mal avaliado, com um candidato ainda desconhecido (Rodrigo Garcia, vice-governador, PSDB). E a esquerda representada pelo (Fernando) Haddad (PT), que deve ter espaço no segundo turno, mas que não vejo chance de vitória. Qualquer candidato que disputar o segundo turno com o Haddad tem grande chance de vitória. Independentemente de quem seja o candidato do PSD, a meta é fazer uma campanha de centro, mostrando coisas boas que foram conquistadas mais à esquerda, como a universalização do ensino, o SUS e os programas sociais, mas também reconhecendo a eficiência do Estado e as concessões (à iniciativa privada).”


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