Mourão: É lógico que vai ter eleição. Não somos república de banana

Vice-presidente garantiu que haverá eleições em 2022 mesmo sem a implementação do voto impresso

Por: Estadão Conteúdo  -  22/07/21  -  16:45
 Vice-presidente garantiu que haverá eleições em 2022 mesmo sem a implementação do voto impresso
Vice-presidente garantiu que haverá eleições em 2022 mesmo sem a implementação do voto impresso   Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O vice-presidente Hamilton Mourão garantiu que haverá eleições em 2022, mesmo sem a implementação do voto impresso, apesar de o presidente Jair Bolsonaro já ter colocado a realização do pleito em dúvida diversas vezes durante sua defesa da alteração no sistema eleitoral. "Nós não estamos mais no século 20. É lógico que vai ter eleição. Quem é que vai proibir eleição no Brasil? Nós não somos república de banana", disse em conversa com jornalistas nesta quinta-feira, 22.


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Apesar de adotar tom enfático em defesa da normalidade institucional, declarou-se favorável ao voto impresso e sugeriu que a urna eletrônica utilizada no Brasil é tecnologicamente defasada e precisa ser "evoluída".


"O voto impresso, o governo defende esse debate. Eu também sou francamente a favor. Nós usamos uma urna de primeira geração. A Argentina, por exemplo, está em uma urna de terceira geração. Tudo aquilo que melhorar a capacidade de a gente ter certeza do processo eleitoral não é problema nenhum", disse.


Mourão defendeu novamente o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, das acusações de ameaça às eleições de 2022, às quais se referiu como "fogo de palha". Conforme revelou o Estadão, o chefe da pasta enviou ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mensagem de ameaça à realização do pleito, por meio de emissário político. Em nota, o militar negou que se comunique por meio de terceiros, mas não que tenha condicionado as eleições de 2022 à implementação do voto impresso, como informou a reportagem.


"Eu conheço Braga Netto há muito tempo e sei que ele não manda recado. Pelo que eu entendo do presidente Arthur Lira, se algo chegasse a ele dessa forma, ele reagiria de imediato e colocaria esse assunto de forma pública, e não de forma sub-reptícia", argumentou.


Mourão disse que as Forças Armadas baseiam sua atuação em tripé composto por legalidade, legitimidade e estabilidade para sustentar versão segundo a qual Braga Netto não ameaçaria as eleições por ser um general do Exército. "As Forças Armadas existem para que a gente tenha um ambiente estável e seguro, atuam dentro do arcabouço da institucionalidade."


Questionado sobre o conteúdo vago da nota divulgada pela Defesa, Mourão disse que o ministro, em conversa particular, foi claro ao dizer que não fez ameaças. Segundo o vice, o tom "elegante" de Braga Netto deu margem à interpretação de que o texto do documento não negava as ameaças.


"Tudo é uma questão de interpretação. Toda vez que a gente escreve, quando você olha pela sua óptica você diz: não, eu respondi tudo aqui e de repente a pessoa interpreta de outra forma. Isso é o que a gente aprende desde que a gente entra na escola. Você vai fazer uma prova e o professor avisa que a interpretação faz parte da prova", disse.


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