Geraldo Alckmin é sondado por cinco partidos para concorrer ao governo de SP

A possibilidade de o médico, professor e ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) deixar a legenda que, em 1988, ajudou a fundar é assunto recorrente em rodas de conversa sobre política. O assunto ganhou força há uma semana, quando o vice-governador Rodrigo Garcia trocou o DEM pelo PSDB e se tornou um virtual candidato à sucessão no Palácio dos Bandeirantes no próximo ano.

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O governador João Doria (PSDB) pretende concorrer à Presidência da República em 2022. Por isso, o tucano precisa deixar o cargo até o início de abril. Se isso ocorrer, Garcia terá a chance de disputar a reeleição.

O problema é que Alckmin também planeja entrar na disputa para tentar assumir, pela quinta vez, o comando do Estado mais populoso do País.

Nos últimos meses, o tucano foi procurado por representantes de legendas como PSB, PSD, DEM, PSL e PDT.

O coordenador do PSDB Na Baixada Santista, Cássio Navarro, afirmou ter conversado com o ex-governador no último domingo, quando ambos estiveram em Santos acompanhando o enterro do ex-prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB).

“Ele me disse que não poderia deixar de atender a vontade da população, que o colocava em destaque para poder retornar ao Governo do Estado”, explicou.

Segundo Navarro, Alckmin entende e respeita a intenção do atual vice-governador de disputar o Palácio dos Bandeirantes, mas acredita que essa discussão precisa ser feita internamente na legenda.

Segundo o representante regional do partido, seria natural Garcia tentar a reeleição, se Doria concorresse ao Palácio do Planalto. Assim, Navarro ficou com a impressão que o ex-governador buscará outra agremiação para participar do pleito do próximo ano.

Novo cenário

O ex-prefeito de Praia Grande Alberto Mourão (PSDB) entende que Alckmin seria o candidato natural da sigla para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. Porém, esse cenário mudou com a filiação do vice.

Na avaliação dele, não teria sentido fazer uma prévia com um governador no mandato e que tem a possibilidade de ser reeleito.

“Essa situação vai criar uma briga interna. Agora, se o Alckmin vai deixar o partido, é difícil dizer, mas vejo que a tendência é de ele bater o martelo e sair. O Alckmin tem o jeito do PSDB e é um dos fundadores do partido”, justificou.

O presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi, explicou que o ex-governador tem o trabalho reconhecido pela sociedade, é um homem de princípios e um trabalhador incansável. Portanto, vê com naturalidade a sondagem de outros partidos ao tucano.

“O Alckmin é fundador do PSDB, tem seu espaço no partido e será sempre valorizado e respeitado por nós”, destacou.

Ele fica, diz ex-presidente tucano em SP

Ex-presidente estadual do PSDB e ex-deputado estadual, Pedro Tobias assegurou que o ex-governador não deixará a legenda e que são necessárias prévias.

“Temos a maioria para ganhar essa disputa interna. Essa é a nossa casa. Temos alguém que foi governador quatro vezes. Isso não pode ser desprezado. Quem for mais forte vai ganhar”, afirmou o ex-parlamentar.

Principal nome da Baixada Santista ligado a Alckmin, o ex-deputado estadual e ex-prefeito de Santos Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) desconversou ao ser questionado sobre a possível saída do ex-governador do partido.

O tucano reforçou que está focado no desafio de formar prefeitos de todo o País junto com a Comunitas, organização da sociedade civil especializada em modelar e instituir parcerias sustentáveis entre os setores público e privado.

Geraldo Alckmin foi sintético ao responder sobre sua possível saída do PSDB: “Tenho me dedicado totalmente à Medicina e ao Magistério. Quando for falar de política, avisarei”.