Deputados da Baixada Santista divergem sobre benefícios da fusão PSL-DEM

Júnior Bozzella (PSL) prevê mudança positiva; Paulo Corrêa Júnior (DEM) e Tenente Coimbra (PSL) criticam decisão

Por: Bruno Almeida  -  17/09/21  -  07:30
 Fusão PSL-DEM causa divergência em deputados da Baixada Santista
Fusão PSL-DEM causa divergência em deputados da Baixada Santista   Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados

Prevista para ocorrer no próximo dia 21, a fusão nacional entre os partidos PSL e DEM já causa divergência entre políticos com base eleitoral na Baixada Santista. Para A Tribuna, os deputados estaduais Paulo Corrêa Júnior (DEM) e Tenente Coimbra (PSL) se disseram insatisfeitos com os rumos tomados pelas legendas, enquanto o parlamentar federal Júnior Bozzella (PSL) se mostra feliz com a decisão.


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"O partido está quase um puxadinho do PSDB", diz Tenente Coimbra (PSL)   Foto: Agência Alesp

Dono de 24.109 votos para a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) nas eleições de 2018, Coimbra afirmou que a fusão tem como único objetivo "negociar a campanha de 2022. Nada mais é que uma jogada política, sem qualquer tipo de ideologia ou posicionamento".


A nova legenda já nascerá com 81 deputados federais e passará a ter o posto de maior bancada na Câmara Federal. Com força para decidir votações importantes, a fusão pode ajudar a, inclusive, decidir se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) passará ou não por um processo de impeachment.


"A medida será positiva para os mais diversos políticos do PSL que estão descontentes e não concordam com o posicionamento atual do partido", disse Coimbra. Questionado se faz parte dessa relação, ele respondeu que sim. "O partido mudou suas bases e seus ideais. Hoje, está quase um puxadinho do PSDB".


"Vou avaliar se o projeto [com a fusão das legendas] faz sentido para o meu futuro político", diz Paulo Corrêa Júnior (DEM)   Foto: Divulgação

Paulo Corrêa Júnior, que teve 46.438 votos para a Alesp em 2018, faz coro. Segundo ele, as opiniões nas direções dos partidos, "lá em cima", definem mudanças como esta. "Não importa a nossa opinião aqui embaixo".


"Não estou satisfeito. Fui para um projeto de crescimento do partido (DEM) na região, e você vai se desiludindo. Havendo a fusão, vamos ter um novo partido e eu vou avaliar se o projeto faz sentido para o meu futuro político".


Do lado do DEM, a união causará um aumento nos recursos públicos. A nova legenda terá cerca de R$ 158 milhões a cada ano de Fundo Partidário, verba que abastece as legendas para gastos que vão de manutenção de sede a pagamento de salários e até aluguel de jatinhos.


"Baixada Santista ganha deputados com característica mais democrática", diz Júnior Bozzella (PSL)   Foto: Matheus Tagé/AT

Por sua vez, Bozzella (PSL), que teve 78.712 votos para na última eleição, vê com otimismo a abertura de possibilidades para promoção da visão liberal, marcas de ambas as legendas. "Traz uma simbiose, uma similaridade na visão de País", disse Bozzella. Para seu atual partido, os principais atrativos com a fusão são o aumento nas estruturas regionais que o DEM também pode oferecer.


"Queremos uma sociedade mais justa, e valorizamos o estado democrático de direito, a preservação das instituições. A Baixada Santista ganha, para a próxima eleição, novos quadros e ganha deputados com característica mais democrática", completou.


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