Cenário eleitoral para o sucessor de Doria em São Paulo segue indefinido
Disputa para ver quem comandará o Estado a partir do Palácio dos Bandeirantes conta com várias possibilidades
![Desde abril de 1964, o Palácio dos Bandeirantes é a sede do Governo de São Paulo; desde então, 16 nomes comandaram o Estado, sendo alguns deles em mais de um mandato, como Laudo Natel e Geraldo Alckmin](http://atribuna.inf.br/storage/Noticias/Pol%C3%ADtica/img2120690914725.webp)
Se na próxima disputa para o Palácio do Planalto há uma tendência de briga entre Jair Bolsonaro (sem partido) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o mesmo não se pode dizer sobre a sucessão do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
O presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi, garantiu que a agremiação terá uma candidatura própria e que Garcia será muito bem-vindo. “Os governadores no exercício do cargo sempre tiveram a prerrogativa da candidatura, da mesma forma que senadores e prefeitos. Esse é o modelo utilizado pelo partido de forma natural”, justificou.
O ex-governador tem a ideia de concorrer novamente ao Palácio dos Bandeirantes e já está sendo sondado por várias siglas. Um dos convites partiu do PSL, comandado em São Paulo pelo deputado federal Júnior Bozzella.
“Nosso candidato seria o senador Major Olímpio, que infelizmente morreu neste ano. Isso nos obrigou a recalcular a rota. Estamos dialogando com o Alckmin e com algumas figuras do entorno dele”, afirmou. A sigla também está em conversas com o deputado estadual Arthur do Val, o Mamãe Falei (Patriota).
O nome que se consolidou como o principal opositor de Doria é o ex-governador Márcio França (PSB), que pretende concorrer ao Palácio dos Bandeirantes novamente. Coordenador do partido na Baixada Santista, o deputado estadual Caio França (PSB) disse que Alckmin foi convidado publicamente a ingressar na sigla.
Na avaliação dele, uma nova dobradinha Geraldo-Márcio, como no pleito de 2014, ou vice-versa, será positiva.
“Precisamos de uma gestão com compromisso social, foco na geração de emprego e renda e que reveja todos os aumentos de impostos”.
Ele citou ainda que França chega fortalecido ao pleito de 2022. “A união entre os dois novamente seria algo interessante, conforme notamos nas pesquisas”, apontou.
Para o advogado e professor de Ciências Políticas da Universidade Metodista Tunico Vieira, se Alckmin não for o candidato do PSDB, há chances reais de outra sigla chegar ao comando do Estado.
“Pelo histórico e pelo que está em jogo, eu acho muito difícil o Alckmin e o Márcio França não saírem acordados nessa disputa desde o primeiro momento para ganhar a eleição”, opinou.
Papel de Bolsonaro é questionado
O diretor do Ibespe - Instituto de Planejamento Estratégico, Marcelo Di Giuseppe, diz que monitoramentos feitos pela empresa colocam Bolsonaro com, no mínimo, 30% das intenções de voto em São Paulo.
O Novo deverá lançar um processo seletivo para escolher um filiado para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. Na sigla, o deputado federal Vinicius Point deseja disputar o cargo.
Lula pode impulsionar candidatura
Segundo Martins, o ex-ministro da Educação e ex-prefeito da Capital, Fernando Haddad, tem o apoio e entusiasmo da militância. “Se ele aceitar o desafio, dificilmente teremos disputa interna”.
Outro nome da esquerda que deverá concorrer ao Palácio dos Bandeirantes é Guilherme Boulos (PSOL). O fato de ele ter chegado ao 2º turno na disputa pela Prefeitura de São Paulo o colocou em evidência. Não há outro integrante da sigla que se apresente publicamente para concorrer a governador.
“O Boulos é pré-candidato ao Governo do Estado e tem todas as condições internas de garantir que ele será o nome confirmado na convenção partidária de 2022”, destacou Everton Vieira, que integra a Executiva estadual do PSOL.
O vice-presidente paulista do PDT, Antonio Neto, afirmou que o partido pretende lançar um nome para o Governo do Estado. O mais cotado para esse desafio é o atual prefeito de Barueri, Rubens Furlan, que está em seu 6º mandato à frente da Cidade. “O Furlan é experiente e tem competência para disputar o Governo. Tudo passará pela decisão da direção nacional e os acordos para a futura candidatura do Ciro Gomes a presidente”.