Bolsonaro ataca pai de ex-presidente chilena, morto pela ditadura de Pinochet

Presidente partiu para ofensiva após Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para os direitos humanos, alertar para a redução do espaço cívico e democrático no Brasil

Por: Da AFP  -  04/09/19  -  15:36
Atualizado em 04/09/19 - 15:47
Michelle Bachelet fez alerta sobre o Brasil
Michelle Bachelet fez alerta sobre o Brasil   Foto: FABRICE COFFRINI/AFP

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, partiu para ofensiva contra a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, que ocupa o cargo de alta comissária da ONU para os direitos humanos. O chefe do Executivo Nacional acusou a representante da ONU de tentar se intrometer na soberania do País e ainda citou o pai da chilena, morto pela ditadura de Augusto Pinochet. 


O desentendimento começou após uma coletiva Michelle, realizada em Genebra, na Suíça. A alta comissária da ONU alertou nesta quarta-feira (4) sobre uma "redução do espaço democrático" no Brasil, especialmente com ataques contra defensores da natureza e dos direitos humanos. 


"Nos últimos meses, observamos (no Brasil) uma redução do espaço cívico e democrático, caracterizado por ataques contra defensores dos direitos humanos, restrições impostas ao trabalho da sociedade civil", disse a ex-presidente do Chile.


Pelo Twitter, Jair Bolsonaro acusou Bachelet, de "se intrometer na soberania brasileira" com seus alertas. A frase veio acompanhada de uma foto em que mostra a chilena cercada pelas ex-presidentes da Argentina Cristina Kirchner, e do Brasil Dilma Rousseff.


"Michelle Bachelet, Comissária dos Direitos Humanos da ONU, seguindo a linha do [presidente francês Emmanuel] Macron em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares", afirmou o presidente.



"Senhora Michelle Bachelet, se não fosse o pessoal do Pinochet derrotar a esquerda em 73, entre eles o seu pai, hoje o Chile seria uma Cuba. Acho que não preciso falar mais nada para ela. Parece que quando tem gente que não tem o que fazer, como a senhora Michelle Bachelet, vai lá para cadeira de direitos humanos da ONU. Passar bem, dona Michelle", disse o presidente a jornalistas na saída do Palácio da Alvorada.


Alberto Bachelet, pai de Michelle, era general da Força Aérea e se opôs ao golpe dado por Augusto Pinochet, em setembro de 1973. Ele foi preso e torturado pelo regime e morreu sob custódia, em fevereiro de 1974.


*com informações do jornal Folha de S. Paulo


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