Vídeos feitos por quadrilha auxiliam PF na prisão de 12 pessoas ligadas ao tráfico internacional

Somente em um imóvel, foram encontrados cerca de US$ 7,1 milhões e R$ 450 mil em espécie

Por: De A Tribuna On-line  -  27/08/19  -  20:55
  Foto: Divulgação/ Polícia Federal

A Operação Alba Vírus, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (27), resultou na prisão de 12 pessoas ligadas ao tráfico internacional de drogas por meio de navios cargueiros. Somente em um imóvel, foram encontrados cerca de US$ 7,2 milhões e R$ 1,6 milhão em espécie. De acordo com a PF, imagens registradas pelo grupo mostravam o esquema de exportação de entorpecentes.


A partir de uma prisão em flagrante realizada em Guarujá no último dia 20, foram identificados diversos integrantes da organização criminosa, bem como bens móveis e imóveis adquiridos pelo grupo com dinheiro do tráfico.


No total, foram expedidos 42 mandados de busca e apreensão e 18 mandados de prisão temporária pela 5ª Vara Federal de Santos, em razão de representação policial nos autos do IPL 213/2019 – DPF/STS/SP; e decretado o sequestro de mais R$ 23 milhões em imóveis. Os mandados estão sendo cumpridos nos estados de São Paulo (São Paulo, Santos e Guarujá), Santa Catarina (Itajaí, Balneário Camboriú), Mato Grosso do Sul (Campo Grande) e Bahia (Salvador), com a participação de 180 policiais federais. 


A quadrilha utilizava portos das regiões Sul, Sudeste e Nordeste para enviar toneladas de drogas ao exterior. Os criminosos escondiam os entorpecentes em contêineres, sem que as empresas responsáveis soubessem. Segundo a Polícia Federal, o grupo seria responsável pela remessa de mais de seis toneladas de cocaína em meio a cargas de madeira, pedra, ardósia e miúdos de frango. 


Além disso, a PF aponta um possível esquema de falsificação de lacres utilizados nas cargas. "Clonagem de lacre é um dos métodos utilizados para o envio de remessas, sem mostrar que ele foi aberto. Como só há um caso de apreensão, ainda não é possível afirmar se houve a elaboração do lacre clonado, mas é um indício da forma como agiam", diz o delegado da Polícia Federal e chefe da delegacia em Santos, Ciro Tadeu Moraes. 


A delegada da PF Fabiana Salgado Lopes explica que celulares apreendidos na operação realizada no mês de fevereiro em Guarujá contribuíram para o andamento das investigações. Nos aparelhos, havia vídeos gravados pelos próprios criminosos que mostravam como era feito o esquema para exportação da droga. 


"Eles eram bem didáticos. O objetivo dos vídeos era provar para os receptores e ao restante da organização que eles estavam fazendo a operação, e serviam, também, para auxiliar na localização da droga, para quem fosse receber esse carregamento, quando chegasse ao destino. Eles explicavam exatamente onde estavam escondendo a droga em meio à carga lícita", disse.


Pessoas que faziam o manuseio do dinheiro vindo do tráfico também foram detidas. Esses membros foram os responsáveis pelas compras de imóveis, dez carros de luxo, uma fazenda, além de 26 caminhões de uma empresa de transporte localizada em Itajaí.


Ainda segundo a corporação, entre os cinco foragidos, está um casal apontado como o principal responsável pelo esquema. A dupla vivia em Guarujá e, após as atividades da PF na cidade em fevereiro, se mudaram para Itajaí.


"Eles já foram presos na Bahia, e também foram alvos de operações em 2008, 2012 e 2014, e respondem a processos em liberdade", citou Ciro Tadeus Moraes. O grupo será indiciado pelos crimes de organização criminosa, tráfico internacional de entorpecentes e associação para o tráfico.


A operação recebeu o nome latim "Alba Vírus", que significa vírus ou veneno branco, se referindo à principal droga exportada pelo bando.


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