Rapaz morto em tiroteio com PM em Santos respondia a processo de tráfico de drogas
Jovem de 19 anos foi alvejado após troca de tiros entre policiais e suspeitos na Vila Progresso
Marcelo Borini Carriel, de 19 anos, que morreu em tiroteio com policiais militares na Vila Progresso, ponto habitável mais alto de Santos, às 22h40 de terça-feira (22), portava uma pistola ponto 40, mesmo calibre utilizado pelos agentes públicos de segurança. Réu em processo de tráfico de drogas, ele gozava do benefício de liberdade provisória.
Durante o confronto, comparsas de Marcelo conseguiram escapar e não foram identificados. Eles abandonaram na fuga uma sacola recheada com drogas (650 gramas de maconha, 260 cápsulas de cocaína e 68 pedras de crack). Nela também havia balança, rádio de comunicação e a quantia de R$ 174,00 reais.
A Vila Progresso fica entre os morros da Nova Cintra e São Bento. Policiais da Força Tática e das Rondas Ostensivas com o Apoio de Motocicletas (Rocam) realizavam patrulhamento pela região, quando avistaram um suspeito, que fugiu correndo e saiu do campo de visão dos PMs ao ingressar na Rua 13.
Porém, no fim desta rua, dois policiais da Rocam foram recebidos a tiros por outros dois homens, um dos quais Marcelo Borini Carriel. Os PMs escaparam ilesos, mas a moto de um deles teve a carenagem atingida por uma bala. Apenas um dos patrulheiros revidou os disparos.
Cessado o tiroteio, os policiais conseguiram se aproximar de Marcelo. Ele estava baleado e portava uma pistola ponto 40, carregada com oito balas e com a numeração raspada. Após ser desarmado, o rapaz foi levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central, onde faleceu.
O comparsa do morto e o suspeito que inicialmente foi perseguido e fugiu não foram encontrados. Durante varredura nas imediações do local do confronto foi achada a sacola com os entorpecentes. O caso foi registrado na Central de Polícia Judiciária (CPJ) pelo delegado João Octávio de Almeida Ribeiro de Mello.
14 dias de cadeia
Marcelo foi autuado em flagrante por tráfico no último dia 15 de maio. A sua prisão foi convertida em preventiva e o Ministério Público o denunciou. Porém, 14 dias depois, o réu foi solto, porque o juiz Valdir Ricardo Lima Pompêo Marinho, da 2ª Vara Criminal de Santos, lhe concedeu o benefício de liberdade provisória.
Em contrapartida, o magistrado impôs medidas cautelares, cujo descumprimento sujeitaria o acusado a ter a preventiva novamente decretada. Uma dessas imposições legais fixadas pelo juiz em substituição à prisão obrigava Marcelo ao “recolhimento domiciliar durante o dia e à noite, para evitar reiteração criminosa”.