Primeira audiência do caso de goleiro que atropelou ambulante é realizada no Fórum de Santos
Juiz não decidiu se caso vai a júri popular por conta da ausência de uma testemunha
A primeira audiência do caso do goleiro Raphael Aflalo, que atropelou o jovem Matheus da Silva Nascimento há dois anos e cinco meses, foi realizada nesta terça-feira (10). O réu e 11 testemunhas, sendo sete de acusação e quatro de defesa foram ouvidas. Uma das testemunhas não compareceu, e por isso o juiz não decidiu se o goleiro irá a júri popular.
A audiência começou por volta das 15h30. A família e amigos da vítima, de 17 anos, se reuniram em frente ao Fórum para demonstrar indignação. “Ele era honesto, trabalhador, bom filho, bom neto. Não vamos deixar isso impune, a justiça tem que ser feita”, disse emocionada a avó de Matheus, Elza Barreto de Oliveira.
A audiência de instrução foi a primeira do caso. O juiz ouviu o réu e testemunhas, mas uma delas faltou. Essa testemunha será ouvida por carta precatória, e por isso a decisão a respeito da realização de um júri popular ainda não foi tomada pelo juiz.
O advogado da família de Matheus, Airton Sinto, afirma tratar-se de homicídio doloso na qualidade eventual. “Óbvio que o réu não quis matar Matheus, mas diante da atitude dele na condução do veículo, a gente entende que ele assumiu o risco de produzir esse resultado, que foi a morte.” Portanto, a acusação defende que o réu vá a plenário para que a sociedade o julgue pelo ato.
Em nota, o advogado de Raphael, Eugênio Malavasi, disse que na visão dele, a prova produzida nessa audiência confirma a tese da defesa, pois afasta o chamado dolo eventual. Ele continua: Dolo eventual significa que o goleiro assumiu o risco do resultado, sendo que em nenhum momento a acusação provou esse fato.
O caso
Matheus da Silva Nascimento tinha 17 anos, e morreu atropelado na Avenida Epitácio Pessoa quando voltava da praia empurrando o carrinho de seu padrasto, que trabalhava como ambulante. Ele foi atingido pelo carro do goleiro Raphael Aflalo, e chegou a ser levado para a Santa Casa de Santos, mas não resistiu. O padrasto dele também foi ferido no acidente, mas sobreviveu.