PF encontra sangue em lancha e pede prisão temporária de suspeito do desaparecimento de Dom e Bruno

Comitê investiga caso de jornalista e indianista

Por: Estadão Conteúdo  -  10/06/22  -  00:36
Atualizado em 10/06/22 - 01:27
Os dois sumiram durante uma viagem de barco entre a comunidade ribeirinha de São Rafael, a mesma de Amarildo, e a cidade de Atalaia do Norte
Os dois sumiram durante uma viagem de barco entre a comunidade ribeirinha de São Rafael, a mesma de Amarildo, e a cidade de Atalaia do Norte   Foto: Reprodução

A Polícia Federal informou nesta quinta-feira (9), que encontrou vestígios de sangue na lancha do pescador Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como "Pelado", apontado como principal suspeito de envolvimento no desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, na região do Vale do Javari, no Amazonas.


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A informação foi divulgada pelo Comitê de Crise das forças de segurança que estão investigando o desaparecimento. O material coletado está sendo enviado para análise em Manaus, onde existe a estrutura necessária para a perícia. Ainda não está claro se o sangue seria humano ou de animais.


Com o material encontrado, Amarildo teve a prisão temporária requerida. Até o momento ele é tido como o principal suspeito pelo desaparecimento e já estava preso por flagrante em posse ilegal de material de uso restrito, após uma abordagem das forças de segurança.


Na manhã de hoje as autoridades investigavam o material genético contido no barco.


A região do desaparecimento é conhecida por uma cadeia de crimes ambientais que se conectam com o tráfico de drogas e de armas.


Nesta quarta-feira, 8, as autoridades estaduais e federais anunciaram um comitê de crise coordenado pela Polícia Federal no Amazonas. Até o momento, não há informações sobre o paradeiro de Bruno Pereira e Dom Phillips. Eles foram vistos pela última vez na manhã do último domingo, 5.


Os dois sumiram durante uma viagem de barco entre a comunidade ribeirinha de São Rafael, a mesma de Amarildo, e a cidade de Atalaia do Norte. Como mostrou a reportagem, Pereira foi mencionado em um bilhete apócrifo com ameaças, escrito por pescadores ilegais que atuavam na área e dirigido à entidade para a qual o indigenista trabalhava.


Leia íntegra da nota:


O Comitê de crise, coordenado pela Polícia Federal/AM, informa que, nas últimas 24 horas, a Operação Javari realizou busca fluvial na região do Rio Itaquaí, último local de avistamento dos senhores Bruno Pereira e Dom Phillips. Foram percorridos cerca de 100km computando a calha do Rio Itaquaí e seus afluentes.


Todas as comunidades no percurso foram abordadas, especialmente as de Santa Cruz, Cachoeira, São Gabriel e São Rafael.


Além da busca fluvial, foi realizado um reconhecimento aéreo no itinerário de Atalaia do Norte até a base da FUNAI na entrada da terra indígena Vale do Javari, percorrendo pontos de interesse para a busca aos desaparecidos e para as investigações.


Informa, ainda, que vestígios de sangue foram encontrados na embarcação de Amarildo da Costa de Oliveira, 41 anos, conhecido como "Pelado", preso em flagrante, na terça-feira (07/08). A prisão temporária do suspeito já foi requerida e o material coletado está a caminho de Manaus, no helicóptero tático Black Hawk, para ser periciado.


O custo da operação até o momento perfaz o montante aproximado de R$ 684.000,00 (seiscentos e oitenta e quatro mil reais).


Os órgãos federais e estaduais reforçam o compromisso com a elucidação dos


fatos e se empenham para que haja o retorno o quanto antes dos senhores Bruno Pereira e Dom Phillips para seus entes queridos.


Superintendência Regional de Polícia Federal no Amazonas


Prisão de suspeito
Justiça do Amazonas decretou na noite desta quinta-feira (9), a prisão temporária, pelo prazo de 30 dias, de Amarildo da Costa de Oliveira, o Pelado, que é suspeito envolvimento no desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, na região do Vale do Javari, no Amazonas.


A prisão foi determinada pela juíza Jacinta Silva dos Santos, da Vara Única de Atalaia do Norte, em audiência de custódia. As audiências de custódia servem para o juiz analisar a legalidade das prisões em flagrante e a necessidade de continuidade da detenção ou a possibilidade de eventual concessão de liberdade.


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