PF deflagra operação contra núcleo financeiro do PCC; ação é realizada também em Praia Grande

Investigação cumpre 85 mandados entre prisão, e busca e apreensão, em sete estados

Por: De A Tribuna On-line  -  06/08/19  -  13:13
Atualizado em 06/08/19 - 13:16

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (6), uma operação que visa desarticular núcleo financeiro da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), responsável pelo recolhimento, gerenciamento e emprego de valores para financiamento de crimes nos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Acre, Roraima, Pernambuco e Minas Gerais.


Batizada de "Operação Cravada", a ação conta com cerca de 180 policiais federais, que cumprem 55 mandados de busca e apreensão, 30 mandados de prisão, expedidos pela Vara Criminal de Piraquara (PR). Um dos mandados é cumprido em Praia Grande.


Também são cumpridos mandados em Curitiba, São José dos Pinhais, Paranaguá, Centenário do Sul, Arapongas, Londrina, Umuarama, Pérola, Tapejara, Cascavel, Guarapuava no estado do Paraná, Itapeva, Osasco e Itaquaquecetuba, Hortolândia e São Paulo, no estado de São Paulo, incluindo também no presídio de Valparaíso, além de outras localidades nos estados do Mato Grosso do Sul, Acre, Roraima, Pernambuco e Minas Gerais.


Dos 30 mandados de prisão, oito serão cumpridos em presídios, sendo três em São Paulo, um no Mato Grosso do Sul e quatro no Paraná. A Investigação teve início, em fevereiro deste ano, a partir de informações obtidas acerca da existência de uma espécie de núcleo financeiro da facção criminosa estabelecido na Penitenciária Estadual de Piraquara.


Durante a investigação verificou-se que o núcleo é responsável por recolher e gerenciar as contribuições para o PCC em âmbito nacional. Os pagamentos (chamados de rifas) eram repassados à organização criminosa por intermédio de diversas contas bancárias e de maneira intercalada, com uso de medidas para dificultar o rastreamento. A investigação indica a circulação de aproximadamente  R$ 1 milhão/mês nas diversas contas utilizadas em benefício do crime.


Foram identificadas e bloqueadas mais de 400 contas bancárias suspeitas em todo o país. Os valores que transitavam entre as contas bloqueadas eram utilizados para pagar a aquisição de armas de fogo e de entorpecentes para a facção, além de providenciar transporte e manutenção da estadia de integrantes e familiares de membros do grupo em locais próximos a presídios.


Os investigados devem responder, na medida de suas participações, pelos crimes de tráfico de entorpecentes, associação para o tráfico e organização criminosa, entre outros.


Sobre a operação


A operação desta terça (6) conta com apoio do Ministério Público do Paraná, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo, do Ministério Público de São Paulo (GAECO/SP), do Departamento Penitenciário Federal, da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo e da Polícia Militar do Estado de São Paulo.


O nome "Cruzada" faz referência a uma jogada de xadrez em que uma peça, quando ameaçada de captura pela peça adversária, fica impossibilitada de se mover, em razão de haver uma peça de maior valor em risco. De igual forma, a operação visa sufocar as reações das lideranças de facções criminosas, atingindo os núcleos importantes de comunicação e de gerenciamento financeiro.


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