Moradores do litoral de SP denunciam 'golpe de pedreiro' em reformas e prejuízo de R$ 50 mil

Vítimas de Santos e Praia Grande ouvidas por A Tribuna contrataram o homem, pagaram e não viram o fim do serviço

Por: ATribuna.com.br  -  06/04/22  -  07:33
Obras ficaram inacabadas e moradores relataram golpes no litoral de SP
Obras ficaram inacabadas e moradores relataram golpes no litoral de SP   Foto: Arquivo pessoal

Um homem de 47 anos é acusado por moradores do litoral de São Paulo de ter cometido diversos golpes em obras. Ele foi contratado para realizar uma série de reformas, começou o serviço, mas desapareceu sem concluir o trabalho. Segundo apurado por A Tribuna, quatro boletins de ocorrência já foram registrados pela Polícia Civil contra o suspeito, todos por estelionato. Há também pelo menos um processo judicial. Somados, os prejuízos chegam a aproximadamente R$ 50 mil.


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A Reportagem conversou com vítimas das cidades de Santos e Praia Grande. Elas relataram que fecharam contrato com o suspeito para reformar lajes, telhados, paredes e outros pontos de seus imóveis, mas os serviços não foram finalizados.


Uma dona de casa de 61 anos, moradora do bairro Guilhermina, em Praia Grande, conta que fechou acordo com o homem em setembro de 2021 e que os serviços começaram no mês seguinte, com prazo de encerramento previsto em 2 meses.


Os trabalhos começaram, mas ficaram inacabados. Segundo ela, falta reformar o telhado, que ficou torto, além de finalizar escada, corrimão, muro, rebaixamento de gesso, correções na parede lateral da casa, pintura, entre outros. O pacote custou R$ 21 mil - valor foi pago à vista.


"Estou com a casa toda picotada e o que está finalizado foi porque paguei para outra pessoa fazer. Ele tem uma facilidade em iludir (as pessoas) que me pegou de surpresa. Depois do dia 12 (de março), ele me bloqueou no telefone e no WhatsApp", relata.


Uma outra vítima, uma gerente de loja de 40 anos, moradora do Morro São Bento, em Santos, conta ter acertado com o suspeito de estelionato a construção de um telhado na casa onde mora. Mais uma vez, os trabalhos começaram, mas não terminaram.


Ela conta que, segundo o contrato, o prestador do serviço deveria arcar com o valor do material para a obra, o que não ocorreu. Além dos R$ 2 mil em produtos para a construção, a vítima diz ter pagado R$ 6 mil ao homem para que ele iniciasse os trabalhos - outros R$ 6 mil estavam previstos ao final.


Laje de um dos imóveis ficou inacabada
Laje de um dos imóveis ficou inacabada   Foto: Arquivo pessoal

Conforme relatado em boletim de ocorrência, o último contato da gerente com o rapaz foi em 24 de março. Desde então, a vítima não conseguiu encontrá-lo. Ela conta que o acusado esteve em seu imóvel por duas vezes, sendo que outros supostos funcionários estiveram na residência outras três vezes para fazer os trabalhos.


"(Ele) começou a quebrar lugares incorretamente. Me causou prejuízos que terão que ser reparados. Fomos alertados por vizinhos que eles iam acabar causando uma tragédia. Foram R$ 6 mil na mão dele, fora material que compramos, como cimento, tábuas, areia, pedra e pregos para erguerem as colunas", conta.


Em um terceiro boletim de ocorrência, também obtido por A Tribuna, a vítima, um homem de 37 anos, relatou ter fechado negócio com o investigado para que o mesmo realizasse serviços em seu imóvel, no bairro Antártica, em Praia Grande. O contrato foi firmado em janeiro deste ano, mas as obras começaram em fevereiro e duraram três dias. O valor do negócio foi de R$ 12,8 mil.


Conforme apurado pela Reportagem, três ocorrências foram registradas pela Central de Polícia Judiciária de Praia Grande, enquanto a outra se deu em Guarujá. A Polícia Civil aguarda manifestação judicial das vítimas para prosseguir com as investigações. A defesa do suspeito não foi localizada.


Na Justiça

A Reportagem também teve acesso a um processo de uma outra vítima do suspeito, que tramita na Vara do Juizado Especial Cível e Criminal de Praia Grande. O valor da ação é de R$ 16 mil.


Com base no documento, a vítima relata que combinou com o acusado a construção de telhados na lateral e na frente do imóvel, além da reconstrução de colunas quebradas. A vítima, em determinado momento, aumentou a lista de pedidos, o que elevou o valor do contrato.


O valor do serviço ficou em R$ 16 mil, sendo que R$ 8,5 mil foram pagos em fevereiro de 2021. Nesse período, o contratado só demoliu parte da estrutura. Uma audiência de conciliação que havia sido marcada para 5 de novembro do ano não foi realizada - motivo não é explicado. Novo encontro está marcado para 18 de julho deste ano.


Obras inacabadas trouxeram consequências para os donos dos imóveis
Obras inacabadas trouxeram consequências para os donos dos imóveis   Foto: Arquivo pessoal

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