Jovem é presa por atear fogo em imóvel após desentendimento por aluguel
Auxiliar de enfermagem, filha da dona do imóvel, incendiou o local após desentendimento com inquilina em Mongaguá
Desentendimento relacionado a suposta dívida de aluguel e à tentativa de a proprietária forçar a desocupação do imóvel motivou a filha dela a atear fogo no quarto da inquilina. O conflito ocorreu no fim da tarde de terça-feira (7), na Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, no Balneário Anchieta, em Mongaguá. Uma auxiliar de enfermagem, de 24 anos, foi presa.
A inquilina negou estar inadimplente com o aluguel e disse que já havia encontrado outra casa para morar. A mudança, ainda de acordo com ela, aconteceria na própria terça-feira (7), porém, a chuva impediu.
Ainda conforme a locatária, a mãe da auxiliar de enfermagem requereu a desocupação do imóvel sob o argumento de que a filha iria morar no local. Porém, antes que a vítima saísse, a auxiliar ali compareceu e ateou fogo.
Munida de uma garrafa de álcool, comprada momentos antes em um mercado das imediações, a auxiliar de enfermagem jogou o líquido através da janela para o interior do quarto e riscou um palito de fósforo.
Em sua defesa, Natália alegou que “perdeu a cabeça”, porque havia sido xingada pela inquilina. A jovem também disse que não havia ninguém no cômodo no momento em que ateou fogo, fato que é contestado pela locatária.
“A vítima contou que, além dela, três filhos menores de idade e uma neta, de apenas três meses, se encontravam no quarto. Porém, por sorte, ninguém se feriu”, informou o delegado Francisco Wenceslau, do 2º DP de Mongaguá.
As chamas atingiram a cama, mochila e saco com roupas. O delegado requereu ao Instituto de Criminalística perícia no quarto, cuja luz teria sido desligada antes pela acusada, conforme acrescentou a inquilina.
A mãe da suspeita disse que a locatária devia 47 dias de aluguel, afirmando ainda que os seus pedidos para a desocupação do imóvel não foram atendidos pela inquilina. A proprietária alegou não ter visto a filha ateando fogo no local.
Flagrante
“As chamas se propagaram rapidamente e apenas foram controladas pelo trabalho do Corpo de Bombeiros. O imóvel alvo da ação criminosa fica em local no qual o incêndio poderia ter se difundido ainda mais, ameaçando coisas outras e pessoas que estavam na moradia e em casa vizinhas”, observou o delegado.
De acordo com Wenceslau, Natália cometeu o crime descrito no Artigo 250 do Código Penal (incêndio doloso, ou seja, intencional). Na hipótese de o delito ocorrer em casa habitada ou destinada a habitação, a pena varia de quatro a oito anos de reclusão. Autuada em flagrante, a auxiliar de enfermagem foi recolhida à cadeia.