Jovem do litoral de SP relata agressões, perseguição e ameaças de morte de ex: 'Não tenho paz'
Vítima já registrou dois boletins de ocorrência contra o homem, que está foragido da Justiça há quatro meses
![Jovem de Itanhaém, no litoral de SP, foi agredida pelo ex-companheiro no Réveillon](http://atribuna.inf.br/storage/Noticias/Polícia/censurado1481689512559.webp)
"O meu maior medo é ele cumprir com as ameaças de nos matar". O desabafo é de uma jovem de 23 anos, moradora de Itanhaém, litoral de São Paulo, que foi agredida e jurada de morte pelo ex-companheiro, um motoboy de 30 anos. Ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça há quatro meses e, desde então, está foragido. A Polícia Civil segue com as buscas.
A vítima, não identificada por motivos de segurança, conta que viveu um relacionamento por 10 meses com o acusado. Durante o período, não faltaram ofensas e ameaças. Segundo ela, a violência se dá devido ao fato de o ex não ter aceitado o fim do relacionamento.
Em agosto do ano passado, ela registrou um boletim de ocorrência após ser perseguida pelo acusado, puxada pelo cabelo e ameaçada de morte quando saia de uma padaria. Três dias depois, a Justiça deferiu uma medida protetiva em favor da vítima, mas a mesma veio a ser descumprida no Ano Novo.
"Ele está livre pra tudo. Eu só quero Justiça. Não tenho mais paz. Ele é perigoso, capaz de tudo, tem um alto grau de agressividade com as pessoas. É aquele tipo de pessoa sem limite. Meu maior medo é que ele faça qualquer coisa", relata a vítima, em conversa com A Tribuna.
A jovem explica que, mesmo com a medida protetiva, foi coagida e forçada pelo homem a retomar o relacionamento, sob ameaças e perseguições. "Eu ia trabalhar e ele me seguia. Saí de vários empregos por causa dele. Eu não estudava, não fazia nada, só ficava dentro de casa. Era um inferno".
![Mãe da vítima foi agredida pelo acusado com uma pedra](http://atribuna.inf.br/storage/Noticias/Polícia/censurado4885889314808.webp)
Agressões no Réveillon
Na virada do ano, ocorreu um novo episódio de agressões contra a jovem, o que motivou o registro de um novo boletim de ocorrência por lesão corporal e violência doméstica.
Na ocasião, o agressor e a vítima estavam de carro e voltavam de uma festa. Com o veículo em movimento, o indivíduo abriu uma porta e empurrou para fora a jovem junto com o filho dela, de 3 anos, que estava no colo e é fruto de outro relacionamento. A moradora de Itanhaém machucou a perna, mas as agressões não pararam por aí.
Depois, o motoboy e a mãe da jovem se envolveram em uma briga, que deixou ambos feridos. Conforme relatado à Polícia Civil na época, o motoboy acertou uma pedra no braço da mãe da ex e tentou atropelá-la, mas a mesma conseguiu se esquivar. Ainda segundo o boletim, mais tarde, a mãe e o padrasto do foragido foram até a casa das vítimas e ameaçaram atear fogo no imóvel.
"No Ano Novo ele torceu meus dedos, beliscou meu braço, atacou uma pedra no braço da minha mãe e me arranhou com a chave do carro", conta a jovem.
![Jovem agredida pelo ex-companheiro no litoral de SP ficou com a mão inchada](http://atribuna.inf.br/storage/Noticias/Polícia/censurado2498631612419.webp)
Pedido de prisão
Cinco dias após o Réveillon, no dia 6 de janeiro, a Justiça de Itanhaém determinou a prisão preventiva do acusado, atendendo a pedido do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Desde então, ele é procurado pela Polícia Civil.
Na decisão, a Justiça entendeu que o acusado exerce poder físico e psicológico contra a vítima, que provocou lesões nela e na mãe, sendo a prisão imprescindível para garantir a integridade física de ambas.
Investigações
O caso é investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Itanhaém. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) disse que as diligências estão em andamento e que detalhes estão sendo preservados para garantir a autonomia do trabalho policial.