Homem e esposa planejam estupro de amiga das próprias filhas em São Vicente
Casal dopou garota de 14 anos para que homem a estuprasse enquanto visitava amigas
Um caso escabroso, que chocou até os policiais. Um homem contou com o auxílio da mulher para dopar uma menina de 14 anos e estuprá-la. A garota é amiga das duas filhas do casal, preso em flagrante e recolhido à cadeia.
O abuso sexual aconteceu na residência da camareira Luciana Cristina de Jesus, de 35 anos, e do porteiro Marcílio Maximino Pereira, de 34, no bairro Jardim Rio Branco, Área Continental de São Vicente, na tarde de terça-feira (24). A vítima havia pernoitado na moradia das amigas, da mesma faixa etária.
Na terça-feira à tarde, as amigas foram à escola, e a mãe delas pediu para a vítima permanecer mais um pouco no imóvel para ajudá-la a limpá-lo. Porém, antes que a suposta faxina começasse, a mulher foi sozinha ao mercado e logo voltou trazendo uma Coca-Cola.
A mulher serviu o refrigerante à amiga das filhas. Segundo a vítima, a bebida não tinha gosto de Coca-Cola, e ela começou a sentir a “perna bamba” e ficou “grogue”. Não demorou muito, o homem chegou, acariciou as partes íntimas da garota e a deitou na cama do casal.
Antes de perder os sentidos, a menina lembra-se de ter visto o pai das amigas abrir uma embalagem de preservativo. Ao recobrar a consciência, ela estava despida e o porteiro lhe disse que “poderia ficar à vontade e sair para a rua”.
Fora da residência, a menina se encontrou com uma mulher de 28 anos, irmã da camareira, e lhe contou o que havia acontecido. Por volta da 1h da manhã de terça, a testemunha compareceu à base da Polícia Militar no Humaitá e denunciou a irmã e o cunhado.
Prisão e confissão
Inicialmente, policiais se dirigiram à residência do casal, mas não o encontrou. Posteriormente, às 3h50, os PMs viram o carro do porteiro trafegando pela Rodovia Padre Manoel da Nóbrega. O veículo do casal é um Gol, que foi interceptado na praça de pedágio do Humaitá, na pista sentido Rodovia dos Imigrantes.
O agressor admitiu aos PMs ter comprado o medicamento clonazepam por R$ 30 para a mulher ministrá-lo à vítima. O objetivo era fazer a garota dormir e facilitar o estupro. A mulher relutou em confessar a sua participação, mas depois confirmou a versão do marido.
No carro, foram apreendidas uma caixa de anticoncepcional e um frasco de clonazepam. De uso controlado pelo Ministério da Saúde, este remédio “tarja preta” só pode ser comercializado mediante a apresentação de receita. Mas a sua venda ocorre no mercado negro.
Indicado para crises epilépticas, sendo ainda usado como calmante e para o tratamento de síndrome do pânico, o clonazepam possui alto risco de efeito colateral, se tomado sem o acompanhamento de um médico especialista.
Plano orquestrado
Além das confissões dos acusados, do relato da vítima, do depoimento da testemunha e da apreensão do frasco de clonazepam, foi recolhido o celular do porteiro. O aparelho estava dentro do carro.
Nos arquivos de um aplicativo de mensagens instalados no aparelho, estão registrados diálogos entre o casal. As conversas revelam o plano do casal para drogar a vítima e abusá-la sexualmente.
O delegado Daniel Pereira de Souza, da Delegacia Sede de São Vicente, autuou o homem e a mulher por estupro de vulnerável – aquele em que a vítima não pode oferecer resistência. O crime é hediondo e a sua pena varia de oito a 15 anos de reclusão.
A vítima foi levada ao Hospital Municipal de São Vicente, sendo atendida e liberada. O delegado também determinou o encaminhamento da menina ao Instituto Médico Legal (IML) de Santos para que seja submetida a exames de corpo de delito e toxicológico.