Homem é condenado a 18 anos por matar morador de rua com pauladas na cabeça em Santos

Crime aconteceu na madrugada de 6 de novembro de 2018 na Rua Almeida de Moraes, próximo à Avenida Ana Costa, na Vila Mathias

Por: Eduardo Velozo Fuccia & Da Redação &  -  30/11/19  -  10:50

O Tribunal do Júri de Santos condenou um homem por matar com pauladas na cabeça um morador de rua. A pena de 18 anos de reclusão deverá ser cumprida em regime inicial fechado. A vítima dormia no momento em que foi atacada.


O réu Marco Antônio Martins de Souza, o 'Cabeludo', de 32 anos, é também morador de rua. Ele fugiu, mas foi capturado no dia seguinte. Câmeras de segurança registraram o assassinato e possibilitaram a identificação e captura do autor.


O crime aconteceu na madrugada de 6 de novembro de 2018, na Rua Almeida de Moraes, próximo à Avenida Ana Costa, na Vila Mathias. Identificada apenas por Francisco Banguela, a vítima chegou a ser levada de ambulância pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) à Santa Casa de Santos, mas não resistiu.


Cabeludo foi condenado a 18 anos de reclusão em regime fechado
Cabeludo foi condenado a 18 anos de reclusão em regime fechado   Foto: Divulgação/Polícia Civil

Luva e mochila


As filmagens das câmeras de segurança mostram o acusado com uma luva preta na mão esquerda e uma mochila vermelha nas costas. Elas auxiliaram na prisão de Cabeludo, porque o suspeito as usava no momento da detenção. Os acessórios foram apreendidos.


Com passagem por furto, Cabeludo disse que usava a luva porque sofreu corte profundo na mão ao vasculhar sacos de lixo em busca de alimentos e materiais recicláveis. Ele confessou o homicídio, alegando que a vítima o havia ameaçado de morte.


De acordo com a versão do réu, ele e a vítima se desentenderam em datas anteriores em razão da disputa por lençóis, cobertores, alimentos e materiais recicláveis, que transportavam em carroças. Receoso de que Francisco Banguela cumprisse a promessa de matá-lo, Cabeludo preferiu agir primeiro, conforme admitiu.


Luvas e mochila foram apreendidas
Luvas e mochila foram apreendidas   Foto: Divulgação/Polícia Civil

Júri popular


O crime foi esclarecido pela equipe do delegado Francisco Garrido Fernandes e do investigador Marcos Pina, do 2º DP. Com base no inquérito policial, o Ministério Público (MP) denunciou Cabeludo por homicídio duplamente qualificado.


Segundo o MP, o réu praticou o crime por motivo torpe e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima. A sessão aconteceu na última segunda-feira. Os jurados acolheram as duas qualificadoras. Cabeludo poderá recorrer.


O juiz Alexandre Betini negou a Cabeludo a possibilidade de apelar em liberdade ao Tribunal de Justiça de São Paulo. “Tendo em vista a pena aplicada, as lesões graves sofridas pela vítima e o fato de o réu ser morador de rua, necessária sua custódia cautelar para evitar a frustração da aplicação da lei penal”.


Cabeludo foi reconhecido por meio de câmeras de segurança
Cabeludo foi reconhecido por meio de câmeras de segurança   Foto: Reprodução

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