Delegado de Santos diz ser alvo de perseguição e nega enriquecimento ilícito: 'IPVA tá atrasado'

Da Cunha, que possui milhões de seguidores, negou que tenha enriquecido com vídeos de operações policiais

Por: ATribuna.com.br  -  12/08/21  -  16:33
 Delegado da Cunha é investigado pelo Ministério Público por suposto enriquecimento ilícito
Delegado da Cunha é investigado pelo Ministério Público por suposto enriquecimento ilícito   Foto: Reprodução/Facebook

O delegado de polícia Carlos Alberto da Cunha, nascido em Santos e que se tornou alvo de inquérito do Ministério Público de São Paulo sobre suposto enriquecimento irregular, rebateu as acusações durante uma transmissão nas redes sociais, nesta quarta-feira (11).


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Em seu canal do YouTube, que possui mais de 3 milhões de seguidores, o delegado Da Cunha, como é conhecido, negou que tenha enriquecido com a divulgação de vídeos de operações da Polícia Civil nas redes sociais.


"Pra você ser rico, você não tem que ter patrimônio? Eu não tenho nem apartamento. Eu tenho um carro. Isso é rico? O IPVA desse ano tá atrasado ainda", afirmou Da Cunha.


Nascido em Santos, o delegado estava na 4ª Delegacia Seccional do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo. Ele foi afastado após afirmar, que existem "ratos e ratazanas na adminsitração pública de São Paulo", e que essas pessoas precisariam ser "identificadas e combatidas".


Durante a transmissão, Da Cunha afirmou que foi "proibido de trabalhar" e prometeu abrir uma "Caixa de Pandora" relacionada à segurança pública paulista. Ele ainda alegou que está sendo vítima de perseguição.


"Preparem-se vocês: aos poucos, eu vou abrir a Caixa de Pandora, sim. Se vocês acham que o filme Tropa de Elite mostrou tudo, vou falar para vocês que o filme não mostrou nada, mostrou muito pouca coisa. Todo mundo sabe que acontece muita coisa errada por aí", disse o delegado.


 Em transmissão nas redes sociais, delegado Da Cunha negou que tenha enriquecido de forma irregular
Em transmissão nas redes sociais, delegado Da Cunha negou que tenha enriquecido de forma irregular   Foto: Reprodução/YouTube

Investigação


Com milhões de seguidores nas redes sociais, o delegado Da Cunha ficou conhecido por divulgar vídeos de operações da Polícia Civil. Segundo ele, a ideia era aproximar a população junto à polícia.


Entrentanto, o MPSP instaurou inquérito para apurar se o delegado santista usou a divulgação de conteúdo em benefício próprio e como forma de enriquecimento.


Na ação, a Promotoria do MP indica suposta prática de improbidade administrativa, uma vez que o delegado estaria "ostentando uniforme e distintivo de forma incompatível com a envergadura do cargo ocupado e promovendo, desnecessariamente, a empresa privada da qual é sócio (Grupo Delta Uno)".


O inquérito toma como base o princípio de moralidade administrativa, descrito no Artigo 37 da Constituição Federal, que prevê que a "publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social", não permitindo a promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.


A apuração do caso ainda está em fase inicial. Da Cunha também é alvo de seis processos administrativos, sendo a maioria relacionada às condutas adotadas durante operações transmitidas nas redes sociais.


 Delegado Da Cunha disse que vai abrir
Delegado Da Cunha disse que vai abrir "Caixa de Pandora" da segurança pública paulista   Foto: Reprodução/Facebook

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