Coronavírus faz Polícia Civil restringir atendimento ao público no estado
Delegacias e distritos policiais apresentaram queda no número de boletins de ocorrência elaborados presencialmente
Delegacias e distritos policiais do estado apresentam sensível queda no número de boletins de ocorrência elaborados presencialmente desde a decretação da pandemia do novo coronavírus. As pessoas não querem se expor aos riscos de infecção, e a Polícia Civil restringiu o atendimento ao público, conforme o crime e/ou situação.
A Portaria nº 16, de 17 de março de 2020, da Delegacia Geral de Polícia (DGP), estabeleceu “rotina emergencial” nas unidades policiais para atender as seguintes ocorrências: morte e desaparecimento de pessoas; violência doméstica ou praticada contra crianças e adolescentes; estupro, sequestro e cárcere privado; roubo e extorsão; flagrantes, englobando os casos de ato infracional e delitos de menor potencial ofensivo.
Afixados nas portas das unidades, cartazes assinados pelos respectivos delegados titulares orientam o público a registrar boletim de ocorrência eletrônico pelo site http://delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br para as hipóteses que não são mencionadas na Portaria 16.
Os cartazes também reproduzem recomendações da DGP para o público aguardar o atendimento: “havendo acúmulo de pessoas no plantão em um mesmo período, deverão ser as mesmas devidamente orientadas a aguardarem o chamamento sequencial em local externo à unidade ou pátio central existente, visando manter o distanciamento necessário para garantir a segurança de todos”.
A Tribuna percorreu os distritos policiais de Santos pela manhã de segunda-feira (23) e constatou que, na maioria deles, não havia a presença de público. Em número reduzido, funcionários realizavam tarefas administrativas e davam andamento aos inquéritos, mas com as limitações impostas pelo período. As intimações estão suspensas.
O registro presencial de ocorrências no estado deve cair ainda mais a partir desta terça-feira (24), quando entra em vigor decreto do governador João Doria (PSDB) que instituiu quarentena até 7 de abril, podendo ser prorrogada. Os serviços de segurança não estão abrangidos pelo decreto, mas restrições a outras atividades refletirão no movimento das delegacias, sem representar necessariamente queda da criminalidade.