Ciclista morre após ser atropelado e arremessado por moto na contramão no litoral de SP; VÍDEO
Motociclista fugiu do local do acidente sem prestar socorro à vítima
O ciclista Lucas Matheus da Silva, de 29 anos, morreu após ser atropelado e arremessado por uma moto na noite de quarta-feira (6), no Jardim Praia Grande, em Mongaguá, no litoral Sul de SP. O motociclista fugiu do local do acidente sem prestar socorro à vítima (Veja o vídeo abaixo).
Segundo o boletim de ocorrência, a família da vítima chegou até o suspeito do atropelamento com a ajuda de pessoas que estavam em um bar, que fica na mesma rua do local do acidente, na Avenida Monteiro Lobato. Os populares acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que socorreu a vítima ao pronto-socorro. Silva não resistiu aos ferimentos e morreu antes da chegada na unidade.
A irmã da vítima, Simone Matheus Silva, disse à A Tribuna que o irmão trabalhava em um mercado e que havia saído do local por volta das 21h20. "Estava seguindo para casa de bicicleta, faltavam umas cinco quadras para ele chegar, quando uma moto na contramão, que fugia do radar, atropelou e matou meu irmão."
Demora no socorro
Simone contou que soube do acidente por uma colega que trabalhava no mercado com o irmão. "Ele ficou aguardando por socorro mais ou menos uns 30 minutos. Foram feitos os procedimentos, mas no laudo médico consta que ele já chegou no pronto-socorro sem vida."
A irmã da vítima questiona a demora para o irmão ter sido socorrido. "O Samu fica a aproximadamente uns 500 metros do local do acidente. Quando fui pegar ônibus para chegar ao local, o motorista falou que o acidente já tinha acontecido quando ele estava indo para o Centro e naquele momento ele estava voltando e meu irmão ainda estava lá. Não tinha uma viatura de polícia. Meu irmão ficou estirado por volta de meia hora aguardando socorro."
Família pede Justiça
À Reportagem, Simone diz que após a constatação do óbito do irmão, a família foi até a delegacia registrar o B.O para que o corpo fosse liberado ao Instituto Médico Legal (IML). Ela afirma que após o registro, a Polícia Civil não se posicionou sobre o andamento do caso. "A polícia não está dando nenhum respaldo. A gente pede que a Justiça seja feita e que isso não fique impune."
Amigos da vítima conseguiram imagens que mostram o atropelamento. "Aqui no Município tem um grupo de motoboys e chegamos até o suspeito, entregamos para a polícia todas as informações, mas a polícia não faz nada. Entreguei na mão deles praticamente um dossiê com todas as informações que eles precisavam para dar entrada no inquérito e nem isso eles informaram se foi aberto."
O pai do suspeito do atropelamento, que preferiu não se identificar, disse à A Tribuna que o filho está em estado de choque e que irá se apresentar na delegacia na próxima semana. "Foi um acidente, estão ameaçando ele de morte. Ele jamais queria ter feito isso, não foi proposital. Estamos arrasados."
Ainda de acordo com ele, o filho não prestou socorro, pois ficou em choque e com medo de represálias. "Meu filho tentou desviar só que o rapaz desviou para o meio da pista e aconteceu o acidente."
Posicionamentos
Em nota, a Diretoria de Saúde de Mongaguá, por meio da Prefeitura, informou que o Samu foi acionado para atendimento às 21h40 e a equipe chegou ao local em menos de um minuto. O primeiro atendimento foi prestado, a vítima foi encaminhada ao pronto-socorro central com quadro de parada cardíaca, mas não resistiu.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o caso foi registrado como homicídio culposo qualificado na direção de veículo automotor e é investigado pelo 1º DP.
De acordo com a Pasta, todo trabalho de polícia judiciária é realizado e diligências estão em andamento para identificar e responsabilizar o autor do crime e, durante o andamento do inquérito, se necessário, alterar a natureza da ocorrência.
A Reportagem entrou em contato com a Polícia Militar, mas não obteve retorno.
