Bandidos aproveitam anúncios em sites para aplicar golpes na Baixada Santista
O golpe de estelionatários envolvendo sites de classificados continua fazendo vítimas em Praia Grande
O golpe de estelionatários envolvendo sites de classificados continua fazendo vítimas em Praia Grande. Ontem, dois jovens registraram outra ocorrência: um bandido intermediou uma venda e recebeu por um produto de outra pessoa.
As vítimas contaram ao delegado Alexandre Comin que a farsa foi bem arquitetada. A mulher anunciou uma moto num site e foi contatada pelo bandido, que demonstrou interesse na falsa compra. A pedido do impostor, ela retirou o anúncio do ar e finalizou o negócio.
Versões
Para a vendedora, o estelionatário contou que compraria a moto não para uso próprio, mas como forma de quitar uma dívida que tinha com um amigo. Com essa alegação, ele pediu mais informações e imagens do veículo.
Retirado o anúncio, o próprio estelionatário reinseriu tudo no site de vendas. Assim que surgiu um real comprador, a versão foi outra para enganar a segunda vítima.
“Vi documento, fotos, tudo, e o cara me disse que a moto estava no nome da sobrinha, que tinha uma dívida com ele. Com a venda da moto, ela ia pagá-lo. Pediu para eu não comentar com ela”, contou a vítima, que chegou a depositar mais de R$ 5 mil.
Com diferentes versões, vendedora e comprador se encontraram sem o intermediador para assinar documentos de transferência. A moça, dona da moto, recebeu no celular a notificação de recebimento do valor anunciado, previsto nos lançamentos futuros de sua conta. O detalhe é que a transferência bancária estava em análise e o dinheiro não caiu na conta.
O jovem comprador foi ao banco com ela fazer o depósito, mas não houve desconfiança: o estelionatário afirmou à vendedora que o valor devido pelo jovem era maior. Por isso, ele estaria depositando a diferença.
Segundo Comin, em cada golpe os estelionatários contam uma história diferente. O comum é a intermediação em vendas por sites de classificados. “Só eu já atendi uns cinco casos desses”, conta Comin.
A orientação da polícia é para que negócios só sejam feitos diretamente com os proprietários, depositando em contas destas pessoas. Do lado do vendedor, a dica é não aceitar mediadores.
Mesmo com o Boletim de Ocorrência registrado, as vítimas precisam em até seis meses entrar com representação e pedir o início das investigações. Ressarcimentos, se não feitos pelo banco, só na Justiça.