Acusado de golpes bancários é preso em Guarujá

Ele participa de grupo de estelionatários no Facebook e comemorou sucesso nas fraudes com decoração temática em bolo de aniversário

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  02/12/20  -  19:38
Atualizado em 02/12/20 - 19:53
Michel dos Santos foi preso pelos crimes de estelionato e associação criminosa
Michel dos Santos foi preso pelos crimes de estelionato e associação criminosa   Foto: Fotos: Divulgação

Investigação relacionada a fraudes bancárias resultou na prisão em flagrante de Michel dos Santos, de 34 anos, pelos crimes de estelionato e associação criminosa. Policiais civis da Delegacia Guarujá cumpriram mandado de busca e apreensão em sua casa, na manhã de terça-feira (1º), e recolheram farto material utilizado nos golpes.


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Vinte e três cartões bancários de diversos bancos e em nomes de várias pessoas foram apreendidos. Eles são provas de crimes cometidos e, por meio deles, os investigadores tentaram identificar comparsas de Michel. Aliás, os titulares de três cartões são suspeitos de participarem das fraudes. Eles ainda não foram localizados.


A residência de Michel fica na Vila Santa Clara. Nela também foram recolhidos três comprovantes bancários nos valores de R$ 11 mil, R$ 20 mil e R$ 30 mil; maquininha de cartão de crédito e débito; tablet e dois celulares. Os dados dos equipamentos eletrônicos foram acessados com autorização judicial constante no mandado de busca.


Bolo e deboche


Michel comemorou o sucesso nos golpes na data do seu aniversário, conforme mostra foto em seu perfil no Facebook. A rede social foi acessada por meio do celular que o acusado portava ao ser preso. O bolo de aniversário possuía decoração temática com logotipos de instituições bancárias e ilustrações de cifrão e de notas de R$ 100.


O delegado Thiago Nemi Bonametti assinalou em seu despacho da autuação em flagrante que os enfeites do bolo representam o deboche de Michel com as suas condutas ilícitas. A autoridade policial também apontou outras provas, que justificam a prisão do acusado para garantir a ordem pública e assegurar a aplicação da lei penal.


No celular que Michel portava há um bloco de notas virtual com anotações de inúmeras contas bancárias, agências e nomes de clientes. Tais informações foram inseridas no aparelho desde maio. A análise preliminar delas possibilitou elucidar três estelionatos tendo como vítima o Banco do Brasil.


“Sujar o nome”


Michel confessou de modo parcial os golpes esclarecidos, procurando atenuar a sua participação. Ele disse que apenas abriu contas para outras pessoas interessadas em “sujar o nome”. Esta prática consiste no uso de cartões e de cheques em compras, transferências e saques até a conta ser bloqueada por saldo negativo.


Porém, os investigadores apuraram que os golpes vão muito além do que Michel admitiu. Minutos antes do cumprimento da ordem judicial, o acusado conversou pelo WhatsApp com outros integrantes da quadrilha. Os diálogos revelam que eles combinavam fraudes na plataforma PIX de bancos.


Os investigadores descobriram que Michel buscava no Facebook orientações sobre como proceder nas mais variadas modalidades de fraude. Ele participa de um grupo na rede social denominado “Só os monstro 171” (sic). O número faz alusão ao artigo do Código Penal que define o crime de estelionato.


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