Acusado de estuprar e matar a menina Carlinha é condenado a 52 anos e 6 meses de prisão

Renato Mariano pegou a pena pelo estupro e morte da estudante de apenas 9 anos, em janeiro do ano passado

Por: Eduardo Velozo Fuccia & Da Redação &  -  01/08/19  -  01:11

Após cerca de oito horas, seis homens e uma mulher sorteados como jurados consideraram Renato Mariano penalmente responsável e o condenaram a 52 anos e seis meses de reclusão, em regime inicial fechado, pelo estupro e morte da menina Carlinha. Ao réu, também foi atribuído o crime de ocultação de cadáver.


O veredicto começou a ser lido pelo juiz Alexandre Betini às 19h50. Ao magistrado,  coube fixar a pena, conforme os parâmetros legais e a decisão dos jurados. O Conselho de Sentença acolheu a tese do promotor Geraldo Márcio Gonçalves Mendes e do assistente da acusação, advogado Uriel Pinto de Almeida. 


Segundo eles, o homicídio foi qualificado pelo meio cruel (asfixia mecânica), pelo emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, porque houve a intenção de assegurar a impunidade de crime anterior (estupro de vulnerável) e pelo feminicídio agravado por ser a vítima menor de 14 anos.


O réu foi defendido pelo advogado José Otacílio Pinheiro Lima Oliva. Ele queria que os jurados reconhecessem suposta insanidade mental do acusado, devido a psicopatia. Nesta hipótese, a Renato seria aplicada medida de segurança, em manicômio judiciário, sem período definido.


"Caso seja condenado, não importa a pena, o réu não poderá ficar preso por mais de 30 anos, conforme o Artigo 75 do Código Penal. Porém, no manicômio, ele será tratado e, se um dia for solto, é porque cessou a sua periculosidade, conforme laudo de especialistas. Mas são os senhores jurados que têm a responsabilidade de decidir sobre condenação [imposição de pena] ou aplicação medida de segurança", sustentou Oliva.


Júri durou cerca de oito horas no Fórum de Santos
Júri durou cerca de oito horas no Fórum de Santos   Foto: Carlos Nogueira/AT

Confissão


Renato Mariano, de 39 anos, confessou nesta sexta-feira (31), no plenário do júri de Santos, que deu uma "gravata" na menina Carlinha, de 9, antes de estuprá-la.


Segundo o réu, a criança já estava desmaiada quando houve o abuso sexual, cometido sem o uso de preservativo. Renato ainda disse que a sua ex-companheira é portadora do vírus HIV, embora não saiba se ele também é soropositivo.


"Eu errei, estou arrependido. Nunca deveria ter feito isso com ninguém, muito menos com uma criança", declarou o assassino confesso, garantindo que Carlinha foi a única menina que estuprou.


A estudante Carla Roberta Barbosa foi morta no quarto alugado pelo réu, em um cortiço na Rua Amador Bueno, no Paquetá. Renato contou que atraiu a vítima ao local sob a promessa de lhe arrumar latas de alumínio que poderiam ser vendidas como material reciclável.


O crime aconteceu na tarde de 29 de janeiro de 2017. Antes de anoitecer, Renato transportou o corpo em uma carrinho metálico de supermercado até a Rua da Constituição, na zona portuária, onde o abandonou.


Carlinha, de apenas 9 anos, morreu em janeiro de 2018
Carlinha, de apenas 9 anos, morreu em janeiro de 2018   Foto: Carlos Nogueira/AT

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