Uso consciente de energia pode trazer economia ao bolso e à natureza

Em meio à pior crise hídrica do País em 91 anos, é preciso rever uso com responsabilidade

Por: Thiago D'Almeida  -  27/08/21  -  09:03
Atualizado em 27/08/21 - 18:38
 Especialistas frisam que é preciso haver consciência no consumo
Especialistas frisam que é preciso haver consciência no consumo   Foto: Pixabay

O uso consciente da energia elétrica representa uma vantagem ao bolso do consumidor e um importante passo para a preservação ambiental. Embora o Ministério de Minas e Energia afirme que 83% da matriz elétrica do País tenha como origem fontes renováveis, especialistas no tema frisam que os recursos não são eternos e é preciso haver responsabilidade no consumo.


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Para você entender como uma luz acesa sem necessidade em casa tem a ver com o meio ambiente, deve-se entender como funciona a produção da energia no Brasil. Segundo o Governo Federal, 63,8% dela vem de usinas hidrelétricas, que operam com grandes turbinas movidas pela força das águas. Outras fontes no País são a eólica, que representa 9,3%; biomassa e biogás, com 8,9%; e solar, com 1,4%.


A professora de Biogeografia no curso de Geografia da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), Simone Rezende, reitera que “renovabilidade não é sinônimo de recursos inesgotáveis e ausência de problemas”. Cita como exemplo a pior crise do setor energético no Brasil neste século. Foi em 2001, com redução obrigatória de consumo nas residências e proibição de eventos como shows e partidas de futebol à noite.


“O apagão de 2001 foi fruto de uma estiagem prolongada e a falta de investimentos e planejamento do setor energético. Essa crise foi o gatilho para investimentos, sobretudo na construção de termelétricas, que são movidas a gás natural, carvão mineral e óleos, entre outros, e independem das chuvas”.


Duas décadas depois, o cenário voltou a ser complicado, devido à pior crise hídrica brasileira em 91 anos, segundo o Sistema Interligado Nacional (SIN). Algo que, segundo Simone, também ocorre porque a população não assimilou a importância do consumo consciente. “As pessoas não sabem de onde vem a energia que abastece seus lares e comércios. Há desconhecimento sobre quais recursos naturais são utilizados e a possibilidade de esgotamento deles”.


Como virar o jogo


Segundo o gerente de operações da concessionária CPFL Piratininga, Josias de Souza, a cozinha é um dos ambientes mais interessantes numa casa para perceber a importância do consumo responsável de energia. Entre os eletrodomésticos, a geladeira é um perigo em termos de desperdício, devido à borracha de vedação.


“Orientamos até um teste simples aos clientes, que é colocar uma folha de sulfite na porta e fechá-la. Se a folha sair com facilidade quando você puxá-la, está na hora de trocar a borracha ou fazer uma manutenção, pois estará desperdiçando energia elétrica”, diz o gerente da empresa que, na região, atua nas cidades de Santos, Cubatão, São Vicente e Praia Grande, além do Distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá.


Na residência, também é preciso ter atenção com salas e quartos. “Com o passar do tempo, aumenta a quantidade de eletrodomésticos em casa. Onde havia apenas uma TV, agora tem duas. De tempos em tempos, precisamos revisar o dimensionamento elétrico da casa para evitar sobrecarga ou até mesmo desperdício de energia”.


  Foto: reprodução

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