Separações ajudam a vender imóveis na Baixada Santista, dizem especialistas

Fim de relacionamentos abre demanda na locação ou por edifícios com serviços

Por: Júnior Batista  -  30/10/21  -  16:00
 O aumento no número de divórcios movimenta o mercado imobiliário
O aumento no número de divórcios movimenta o mercado imobiliário   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

O aumento no número de divórcios movimenta o mercado imobiliário, na visão de especialistas do setor ouvidos por A Tribuna. De janeiro até agora, o número de divórcios na Baixada Santista supera todo o ano passado, de acordo com dados inéditos do Colégio Notarial do Brasil – Seção São Paulo (CNB/SP), a associação dos cartórios de notas paulistas, obtidos pela Reportagem.


Houve 641 separações nas nove cidades da Baixada Santista no primeiro ano de pandemia, contra 651 apuradas de janeiro até a última quarta-feira (27).


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O maior aumento aconteceu em Praia Grande, onde houve salto de 69 para 98 separações, o que representa aumento de 42%. São Vicente vem em seguida, com 85 divórcios contra 66 no ano passado, 28% a mais.


“As separações e o casamento são os dois principais arranjos familiares que levam pessoas a procurar um outro imóvel, logo após as duas situações”, afirma o economista-chefe do Secovi, Celso Petrucci.


Segundo ele, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, entre 2014 e 2019, portanto, antes da pandemia, houve em torno de 281 mil divórcios no País. Os casamentos foram mais de 1,1 milhão, de acordo com o economista.


“Esse processo pode ser caro, pois os dois precisarão de uma casa”, afirma o corretor de imóveis Haroldo Tucci. Em sua experiência, ganha espaço no mercado os imóveis novos, com um dormitório ou estúdios, que mantenham diversos serviços dentro do condomínio.


“O mais comum é a esposa ficar com o imóvel do casal e o marido comprar outro para ele, em geral pequeno, aguardando a venda do apartamento em que viviam juntos, que pode demorar”, diz.


Ainda de acordo com o corretor, o perfil do imóvel a ser comprado depende do padrão de vida do casal. “O valor do condomínio nessas horas é importante. Bom que seja o menor possível, pois a ex-esposa vai arcar com essa despesa, então impõe um limite desse valor na hora da compra. Tive um caso em que a condição para o imóvel era o condomínio e IPTU serem R$ 1 mil no total, no máximo”.


De acordo com Petrucci, a preferência é por prédios modernos, com local de entrega, lavanderia, facilidade de delivery e, em alguns, até mesmo bicicleta compartilhada. “Espaços como estúdios, lofts ou um dormitório vêm com uma série de serviços, atrativos para esses novos solteiros”, diz.


Segundo o diretor da Plano e Forma Empreendimentos Imobiliários, Antônio Manoel Lopes de Carvalho, são pessoas que querem praticidade. “Normalmente passam a maior parte do dia fora do imóvel, portanto sem tempo disponível para arrumação e outras tarefas domésticas”.


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