Onde Investir: Dólar em queda livre

O correto é adquirir a moeda aos poucos, como uma vez por mês

Por: Marcelo Santos  -  26/03/22  -  16:31
  Foto: AdobeStock

Já há gente esperando que o dólar caia mais ainda para só então comprar a moeda para gastar em viagens ao exterior, fazer importações, estudar ou enviar dinheiro a parentes lá fora. O correto é adquirir a moeda aos poucos, como uma vez por mês. O dólar é uma divisa muito procurada nas incertezas, o que pode valorizá-lo repentinamente a dois dígitos, no curto prazo, causando grande prejuízo a quem precisa comprá-lo.


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O dólar cai no Brasil por dois motivos: 1) entra muita moeda no País via exportações de commodities (minerais e agropecuários); 2) desde janeiro, os estrangeiros trouxeram R$ 83 bilhões à bolsa para comprar ações de empresas que estão mais baratas que seus pares de outros países. Há ainda o ingresso de gringos para investir em títulos públicos, geralmente os prefixados. Esses papéis pagam acima de 12% ao ano, enquanto a remuneração dos títulos americanos deverá ficar entre 2% e 3% ao ano até dezembro. Os títulos dos EUA são os mais seguros do mundo, mas a diferença de ganho no Brasil, de dez pontos, é tão grande que vale a pena correr risco em país emergente em ano de eleição.


Alguns analistas acham que a moeda pode cair até R$ 4,65 (agora está na casa dos R$ 4,70) e que é difícil recuar até R$ 4,25. Talvez os grandes compradores (multinacionais, fundos e comércio exterior) estejam esperando pelo fundo no poço para ir ao mercado, o que forçaria uma alta. Mas o sentido contrário (alta) pode voltar rapidamente frente a uma deterioração da guerra na Ucrânia ou campanha eleitoral violenta no Brasil.


Quem quiser comprar dólar como investimento também deve fazê-lo aos poucos. Uma alternativa ao risco de ter dinheiro em espécie em casa é investir em fundos cambiais. Dá ainda para indiretamente se dolarizar, comprando ações de empresas americanas ou ETFs lastreados nos EUA. Adquirir papéis de exportadoras brasileiras também é uma forma de se dolarizar. De qualquer forma, o dólar deve equivaler a no máximo 5% de sua carteira de investimentos. É mais para diversificação.


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