Onde investir: A incógnita Petrobras

Estatal teve duas quedas fortes mas persiste no radar do mercado

Por: Marcelo Santos  -  28/05/22  -  19:19
  Foto: Agência Brasil

Mesmo com a sinalização de que o presidente Jair Bolsonaro vai mesmo tentar segurar os preços dos combustíveis, a Petrobras teve duas quedas fortes, na última terça-feira e ontem – mas a estatal persiste no radar do mercado. As condições são tão favoráveis à valorização das petrolíferas que os investidores se recusam a acreditar no risco da empresa perder dinheiro com a incursão eleitoreira do governo sobre ela.


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


No setor de petróleo, o momento é muito favorável para os petroleiras. Se o Ocidente impor sanções ao óleo russo, o barril vai valorizar. Se a guerra da Ucrânia acabar e a China controlar a covid-19, a cotação também vai subir. Nestes dois últimos casos (fim do conflito e China), o mundo estará livre para crescer, exceto com o impacto da inflação nos países ricos. A palavra final está com a Arábia Saudita, que por algum motivo poderia aumentar a produção para amenizar a alta dos preços - o que é difícil de acreditar.


Como os países que perdem com o petróleo mais caro não conseguirão fazer uma transição rápida para novas energias renováveis e menos poluentes, o petróleo ganhou uns bons anos de sobrevida. Há pouco tempo, as companhias do setor até evitaram investir em novas reservas porque acharam que não tinha demanda, inclusive se ausentando de leilões de áreas no Brasil.


Mas as surpresas estão aí e dão muito dinheiro para poucos, no caso, os países produtores e as petroleiras mundo afora. Por isso, as ações de petrolíferas vão bem nos Estados Unidos, com muitos brasileiros, inclusive pequenos investidores, comprando Chevron, entre outras, lá fora mesmo ou via BDR na bolsa daqui (BDRs são títulos negociados aqui que espelham o preço da ação gringa).


Só que o Brasil não é para amadores. Aqui, a ação da Petrobras patina em meio à pressão bolsonarista (nos lucros vai muito bem e os acionistas estão com sorriso largo). A BDR da Chevron subiu 30% desde 3 de janeiro e a PETR4 da Petrobras, 7,56%. Perde até para as junior oils que lhe orbitam, a PetroRio (+39%) e a 3R (46%).


Tudo sobre:
Logo A Tribuna