Número de projetos de edifícios residenciais dobra em Santos

Segundo a Prefeitura, total de empreendimentos aprovados saltou de cinco em 2020 para 11 no ano passado

Por: Júnior Batista  -  30/01/22  -  20:19
Projetos estão concentrados na Zona Leste, há 6 projetos com obras a serem iniciadas
Projetos estão concentrados na Zona Leste, há 6 projetos com obras a serem iniciadas   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

O número de grandes projetos imobiliários (mais de dez andares) residenciais aprovados pela Prefeitura de Santos mais que dobrou entre 2020 e 2021, segundo dados do Departamento de Controle do Uso e Ocupação do Solo e Segurança de Edificações (Deconte) obtidos por A Tribuna.


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Em 2020, o Deconte aprovou cinco projetos e, no ano passado, o total aumentou para 11. O número, entretanto, fica bem abaixo dos tempos de boom imobiliário, no começo da década passada, com mais de 100 empreendimentos por ano.


Mas o resultado do ano passado supera o de 2019, com dez licenciamentos. Segundo a Prefeitura, os aprovados são projetos com documentação em ordem e os licenciamentos, quando há alvará para iniciar a obra.


Para entidades do setor, o aumento do número de projetos na Prefeitura demonstra mais otimismo no setor da construção civil.


“Melhorou bastante e 2022 tem a tendência de ser bem melhor que 2021, porque há muitos projetos para serem aprovados. Há empreendimentos para entrar no mercado ainda neste ano, mostrando uma tendência de confiança”, afirma o diretor regional do Sindicato da Habitação (Secovi), Carlos Meschini.


Somados, os projetos de prédios com mais de dez andares, entre 2019 e 2021, representam 35 empreendimentos. Destes, segundo a Prefeitura de Santos, nove estão aprovados e 26, já autorizados para obras. Apenas um deles é comercial e vai ficar na Pompeia.


De acordo com os dados, os empreendimentos estão espalhados pela Zona Leste, sendo o Boqueirão o bairro com maior número de obras: são seis residenciais prontos para iniciar a construção. Depois, vêm Campo Grande, com quatro projetos, Aparecida, Ponta da Praia e Macuco, com três cada, a Pompeia com dois e o Estuário, Marapé, Vila Belmiro e Embaré com um cada. Segundo Meschini, esses são os bairros preferidos das construtoras locais. “Esses locais são características da construção da Cidade, pois os construtores da região preferem esses espaços”, afirma.


De acordo com o diretor do Secovi, esses mesmos empreendimentos devem favorecer principalmente as classes média e média-alta. “Sem dúvida são as classes que vão adquirir esses imóveis, porque as mais baixas ainda estão com menor poder de compra”.


O presidente da Associação dos Empresários da Construção Civil da Baixada Santista (Assecob), Ricardo Beschizza, é mais cauteloso. “Vai-se construir e vender o que foi aprovado e licenciado em 2021. Se o mercado for bem, aprovam e licenciam outros na sequência. Não acho que será maior que 2021 este ano, acho que empata”, diz.


Ele também explica a frequência das obras. Segundo Beschizza, o ciclo de um empreendimento entre compra do terreno, licenciamento do projeto, venda e construção leva de quatro a cinco anos.


“A sequência dos empreendedores da Assecob é, terminando um projeto, começar o outro, num intervalo de até um ano”, conclui ele, ressaltando que, evidentemente, há empresas que colocam mais de um projeto, até dois ou três, ao mesmo tempo.


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