Mercados da Baixada Santista ampliam venda on-line, correspondendo a 20% da receita

Setor aumentou faturamento com o e-commerce em 30%; na região, canal digital corresponde a 20% da receita

Por: Matheus Müller  -  30/05/21  -  19:19
Atualizado em 31/05/21 - 12:22
    Plataforma digital de delivery também atraiu pequenos estabelecimentos, que aumentam raio de atuação
Plataforma digital de delivery também atraiu pequenos estabelecimentos, que aumentam raio de atuação   Foto: Matheus Tagé

As vendas de alimentos, hortifrútis, bebidas e produtos de limpeza, realizadas principalmente em supermercados por meio de plataformas virtuais, cresceram em torno de 30% no ano passado, em comparação a 2019. O dado é do relatório Webshoppers, da Ebit Nielsen, empresa especializada em mensurar e analisar o comércio eletrônico.


Embora a pesquisa não aponte a pandemia como fator a alavancar o comércio dos produtos citados, alguns gestores de supermercados da região garantem que o vírus fez aumentar o número de clientes do delivery com pedidos através de plataformas digitais.


Em média, entre 20% e 25% do faturamento desses estabelecimentos hoje é oriundo do delivery. Alguns deles, inclusive, sequer ofereciam o serviço de entregas antes da crise sanitária, como é o caso da Casa Luanda Supermercados, em São Vicente.


“Passamos a atender delivery após a pandemia, pelo iFood e nosso canal próprio. Hoje, o faturamento (por meio de canais digitais) corresponde a 20%. Tem muita gente com medo da pandemia. (O delivery) é um caminho sem volta”, diz o sócio do Luanda, Carlos Junior.


O gerente do Jangada, em Santos, Marcus Vinicius Paschoal Gonçalves, conta que o supermercado já atuava com o atendimento virtual e que o faturamento oriundo desses canais, bem como pedidos por telefone, representava 17% do total antes da pandemia. “Com o lockdown, subiu para 27%. Este mês, estamos com 20%”.


O Varandas, em Santos, também já contava com plataforma própria de e-commerce. De acordo com o diretor Carlos Alberto de Amorim Varandas, antes da pandemia, as vendas virtuais representavam 2,6% do faturamento e, agora, 3,9%. Ele acredita que, passada a crise sanitária, 80% desse volume deve se manter. A Tribuna questionou a Associação Paulista de Supermercados (Apas) sobre dados de vendas virtuais no Estado e na região, mas não obteve resposta.


Maior fatia


Dono das marcas Pão de Açúcar, Extra e Compre Bem, o GPA é o maior player de e-commerce alimentar, de acordo com a Ebit Nielsen, e encerrou o primeiro trimestre do ano com 71% de participação do mercado.


No primeiro trimestre, as vendas on-line de alimentos e produtos para casa do GPA cresceram 137% e, agora, representam 5,7% do comércio total do grupo.


“Um destaque foi o aumento na capacidade das lojas que fazem a operação para as compras de e-commerce, o ship from store, que consiste numa unidade mais próxima do cliente que fez o pedido realizar a coleta dos itens. Assim, avançamos geograficamente, ampliando o acesso do público a esse serviço”, diz o GPA, em nota.


Plataforma


Muitos supermercados, principalmente os menores e sem estrutura de e-commerce, apostaram em plataformas já conhecidas do público, como 99 Food, Rappi e iFood. Destas, apenas a última respondeu à Reportagem e informou ter conquistado mais de 5 mil novos parceiros (anunciantes no app), entre mercados, conveniências, pets e farmácias, o que representa um crescimento de 418% de abril de 2020 até o momento.


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