Imóveis: Pagar a prestação ou quitar a dívida?

Economista sugere formar reserva antes de tomar uma decisão sobre o empréstimo habitacional

Por: Carlos da Hora, colaborador  -  06/08/22  -  11:27
Pagar completamente o saldo devedor de um financiamento imobiliário nem sempre pode ser a melhor solução
Pagar completamente o saldo devedor de um financiamento imobiliário nem sempre pode ser a melhor solução   Foto: AdobeStock

Pagar completamente o saldo devedor de um financiamento imobiliário nem sempre pode ser a melhor solução das famílias para se livrar logo da dívida do empréstimo da casa própria. Segundo o economista e professor Luciano Simões, o saldo devedor só deve ser quitado se o mutuário não gastar toda a sua reserva de emergência, que são as economias próprias para cobrir gastos com eventuais surpresas, como desemprego, tratamento de saúde e acidentes com o carro.


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Segundo ele, não vale a pena se livrar da prestação e permanecer um período com suas economias quase zeradas. “Fazer isso não é prudente. Tem que existir um certo equilíbrio nas contas”. A reserva deve equivaler a até seis meses de despesas mensais, em média, e aplicada em produtos financeiros que podem ser sacados imediatamente, como fundo DI, título Tesouro Selic, CDB de liquidez diária ou até mesmo a caderneta de poupança. Atingindo-se essa meta, já é possível pensar em quitar ainda que parcialmente a dívida.


O economista conta que os compradores geralmente pegam um prazo longo de financiamento, entre 20 e 35 anos. Por isso, é importante saber as condições do contrato e se ele está atrelado à taxa de juros atual, mais elevada. Neste caso, a recomendação é liquidar a dívida mensalmente e aproveitar recursos extras, como o FGTS, para amortizar este saldo.


Outra dica é usar economias próprias para quitar as últimas parcelas do financiamento. Ele lembra que é possível ganhar descontos com juros toda vez que amortizar parte da dívida.


Ainda assim, Simões alerta que as situações vantajosas para abater ou não o saldo devedor variam de caso para caso. “É preciso saber o quanto seu contrato está subindo com a inflação”. Segundo ele, considerar a renda mensal familiar também é de extrema importância não só para isso, mas para não ser surpreendido com despesas imprevistas.


Investimentos
Para o professor, no momento atual, é recomendável que as famílias tragam suas economias para reservas de emergência, que rendem em média 1% ao mês por conta da subida da taxa Selic. Dessa forma, essa rentabilidade mensal ajuda a gerar um extra para ajudar no pagamento das prestações do imóvel. Para investimentos além da reserva, ele aponta os fundos imobiliários como boa opção.


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