Corte da Selic pode ter sido o último do ano

Investidor conservador pode pensar em começar a aumentar fatia de investimentos na renda variável

Por: Júnior Batista  -  07/02/20  -  22:58
Instabilidade das cotações é característica da bolsa: chance de ganhos aumenta, mas o risco também
Instabilidade das cotações é característica da bolsa: chance de ganhos aumenta, mas o risco também   Foto: Bruno Rocha/ Fotoarena/ Estadão Conteúdo

A queda da Selic para 4,25% ao ano deixou a dúvida se este foi o último recuo, como indicou o Comitê de Política Monetária (Copom) ao se manifestar sobre a nova taxa na quarta-feira. A expressão usada foi “interromper” a redução, interpretada como “fim” por uns e “pausa” por outros. 


“Ainda está incerto [se os juros caem mais ou não]. Depende de inflação, se vai haver uma retração do PIB por conta do coronavírus”, afirma o  assessor de investimentos da New York Capital escritório de investimentos credenciado a XP Investimentos, Jonathan Barranco de Camargo. 


O consultor diz que, com juros baixos, é natural que o brasileiro busque investimentos mais arriscados. De acordo com a B3, os investidores (pessoa física) na bolsa já são 1,8 milhão, mais que o dobro de 2018.


Depende muito do perfil para começar a se arriscar na renda variável, segundo Camargo, “Não adianta ser 8 ou 80. Se os investimentos estão 100% em renda fixa e mudar 90% para renda variável, vai se assustar”, afirma ele.


Segundo o consultor, não existe um percentual certo de quanto deve estar em renda fixa. Por exemplo, se o investidor possui 10% dos investimentos em renda variável, pode-se ampliar para 12%, 15% ou até 20% se sentir-se confortável com isso.


Para reservas, que exigem liquidez (retirada rápida), o Tesouro Selic, que rende a Selic + 0,02% ao ano, continua sendo boa opção para ganhar da inflação, que está em 4,19% em 12 meses até janeiro.


Longo prazo


“Já quando pensamos em renda variável, precisamos pensar em alongar prazos, pois a probabilidade de retorno positivo fica maior. Em fundos multimercados, pensamos em três anos para frente. Fundos imobiliários e ações, cinco, seis anos aumentam as probabilidades de ganho”.


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