Cobranças de bagagens encarecem voos ao exterior
Cobrança pela mala já está disseminada entre aéreas internacionais que operam no Brasil, mas há companhias que isentam a despesa
Além de ser atropelado pela subida do dólar, quem pretende viajar ao exterior enfrenta um segundo gasto extra – a cobrança de bagagem despachada. Essa despesa soma até US$ 115 (R$ 452) por trecho (ida ou volta) ao preço da passagem que aparece nos buscadores de voos como Skyscanner, Kayak, Melhores Destinos e Decolar.
Diferentemente dos voos domésticos, nos quais a cobrança de bagagem despachada (a que vai no porão do avião) é uma novidade e foi aprovada mediante muito embate no Congresso, a dos voos internacionais tem amparo legal desde o final de 2016.
Porém, segundo relatos, passageiros têm notado um uso mais assíduo da cobrança pelas empresas dos voos internacionais. Segundo o Kayak, as aéreas reduziram as franquias de bagagem no início deste ano.
As políticas de cobrança variam de uma empresa para outra. Algumas aéreas isentam a primeira bagagem até 23 quilos, mas cobram pela segunda. Em outras, ambas são gratuitas. Mas, a grande maioria adota tarifas para as duas. Já a mala de mão é livre de taxa.
Consultar um agente de viagens é o melhor caminho para evitar dor de cabeça. Porém, para quem opta por conta própria encontrar a melhor passagem, o desafio é o custo da bagagem ficar claro depois que se obtém o preço da passagem nos sites buscadores.
Múltiplas informações
Os sites das aéreas têm tabelas com as regras e preços das bagagens despachadas, mas são campos difíceis de entender.
Por exemplo, uma só companhia tem quatro tipos de classes tarifárias e a mais barata não inclui a bagagem despachada – nas demais os valores variam. Em outra empresa, há isenção em um horário, mas em outro não.
No caso do portal da Expedia, é mais prático checar a tarifa da mala – na maioria das vezes, após um clique no horário do voo, na página seguinte há um link sobre bagagens. Já a Royal Air Maroc informa a gratuidade com o símbolo de uma mala e a informação de que o valor da passagem já inclui a bagagem (não se pagará a mais).
O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, afirma que a cobrança da bagagem despachada nos voos internacionais com saída ou chegada ao Brasil foi autorizada por lei no final de 2016. “O Brasil aderiu a um modelo que era praticado no mundo há uns 30 anos”.
Segundo o executivo, cobrar pela bagagem é uma decisão comercial de cada empresa.
Sanovicz afirma que o fato do Brasil admitir uma regra que é “planetária” atrai mais empresas aéreas para ao Brasil.
O argumento é o mesmo para a cobrança da bagagem despachada nos voos domésticos, recentemente aprovada pelo Congresso depois de um intenso debate sobre o tema.
A recomendação do Kayak é optar por pagar a bagagem na hora da compra do bilhete e não no embarque, evitando tarifas mais caras. Para isso, não há como não gastar bom tempo lendo as regras nos sites das aéreas.