Chegou a hora de pagar o IPVA; confira se vale a pena quitar à vista ou parcelar
O valor venal de carros e motos subiu, em média, 22,54%, conforme pesquisa feita pela Fipe
Após as comemorações de Natal e Réveillon, cidadãos enfrentam um choque de realidade no início do ano com a chegada de boletos a serem pagos neste mês. Um deles é o do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Para donos de veículos, veio o susto com o total cobrado nesse imposto. O valor venal de carros e motos subiu, em média, 22,54%, conforme pesquisa feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Confira as datas de vencimento de acordo com a placa do veículo
Essa alta ocorreu por causa da crescente procura por veículos usados, o que os deixou mais caros, contrariando a lógica da queda dos valores venais de carros ano após ano.
Na tentativa de amenizar o impacto do reajuste, o pagamento do IPVA poderá ser parcelado em até cinco vezes (de fevereiro a junho), com 5% de desconto. Quem quitar a cota única neste mês terá abatimento de 9%. Para quem preferir fazer isso no mês seguinte, o desconto nos valores será de 5%.
Mas, diante dessas possibilidades, qual é a melhor opção para o contribuinte? Segundo especialistas consultados por A Tribuna, cada cidadão tem uma realidade financeira que precisa ser observada antes de tomar qualquer decisão.
O educador financeiro Rafael Martins afirmou não há uma receita pronta para todos. “Cada pessoa, cada família tem uma realidade diferente e precisa avaliar as receitas do mês e se há alguma reserva”, afirma.
Ele afirma que não se deve abrir mão de todo o dinheiro que houver guardado para pagar o imposto à vista, porque o contribuinte poderá ter de recorrer ao cheque especial, ao cartão de crédito e, até, a um empréstimo caso tenha uma emergência. “Às vezes, os juros que você precisar pagar poderão ser maiores do que o desconto que for obtido na quitação do IPVA.”
Na avaliação do contador e especialista em Finanças Marcelo Rocha, o contribuinte só deve retirar o dinheiro de aplicações financeiras que estejam rendendo até 0,99% ao mês e, ainda assim, precisa manter a reserva financeira que tiver para qualquer eventualidade.
Ele disse que, se o contribuinte tiver recursos em caderneta de poupança e puder pagar à vista, em janeiro, com 9% de desconto, pode aproveitar essa oportunidade, pois teria rendimento maior, considerando que o dinheiro ficasse aplicado.
“Se não puder pagar à vista, mas conseguir fazer isso de forma parcelada com o desconto (dado pela) pontualidade de 5%, também é um bom negócio. O que não é um bom negócio neste ano e deixar de pagar o imposto em uma das três modalidades, pois aí os valores dos encargos com juros e multas recaem sobre o valor nominal”, afirmou.
O consultor financeiro Cláudio Fernando de Aguiar entende que o ideal é o pagamento à vista do IPVA, porque o desconto é vantajoso.
“A taxa inflacionária utilizada para correção do salário mínimo foi de 10,18%, ou seja, além do aumento do poder de compra. O desconto no IPVA acaba auxiliando na valorização do dinheiro do consumidor”, justificou. Para ele, o parcelamento do tributo em cinco vezes no cartão de crédito também é inédito e representa algo positivo para os contribuintes.