Caixa Econômica Federal pede falência do Grupo Odebrecht
Banco reagiu à estratégia da empresa de negociar com investidores
A Caixa Econômica Federal solicitou à Justiça a falência do Grupo Odebrecht, segundo divulgou nesta quinta-feira (3) a agência de notícias Reuters. Na prática o banco também pediu que os credores possam interferir de imediato nos próximos passos do conglomerado, caso a Justiça não determine a liquidação.
O banco quer que os credores possam nomear uma nova administração, inclusive das subsidiárias.
A Odebrecht pediu recuperação judicial em junho, com R$ 51 bilhões de dívida. A medida, se concedida, protegerá o grupo, abalado pelo alcance da Operação Lava Jato, para que possa se reestruturar.
Porém, a pressão da Caixa dificulta a renegociação da dívida do grupo junto aos outros credores.
De acordo com a agência de notícias, o banco é contra a estratégia da empresa de incluir na recuperação judicial os compradores dos bônus lançados no exterior. Essa iniciativa aumenta o bolo de credores. Esses títulos dão juros ao investidor, uma operação muito comum para obter taxas mais baixas que as cobradas pelo setor bancário.
Votação
A Odebrecht tem 21 filiais que ingressaram na recuperação judicial, segundo a Reuters – só uma delas possui US$ 3 bilhões em bônus. A preocupação da Caixa, conforme a agência, é que esses compradores de bônus votem para aprovar um plano que não tenha apoio dos outros credores.
A empresa fechou acordo com esses investidores e conseguiu reduzir os valores em 55%, economizando US$ 1,8 bilhão.
De acordo com a Reuters, Banco do Brasil, Votorantim, Banrisul e Santander Brasil também estão contra o plano de reestruturação da dívida da Odebrecht. Procurada pela Reuters, a empresa não se manifestou.