Café com 50% de frutos verdes é destaque em evento no Litoral de SP

Projeto foi apresentado no Seminário Internacional do Café, realizado em Guarujá

Por: Anderson Firmino  -  13/05/22  -  18:21
  Foto: Divulgação/Prefeitura de Santos

O café, mesmo que ainda longe do amadurecimento, pode gerar bons frutos - e deliciosos lucros para quem produz. A parceria público-privada da Universidade Federal de Lavras (Ufla), em Minas Gerais, com a empresa Nucoffee foi um dos destaques do Seminário Internacional do Café. O projeto traz uma bebida especial com 50% de frutos verdes. É o café nutracêutico.


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Segundo o professor da Ufla Flávio Meira Borém, a busca por essa alternativa veio da inquietação após uma pergunta de um pesquisador japonês, há alguns anos. “Ele sabia da reputação da Universidade de Lavras e solicitou uma visita. Fez várias perguntas e uma delas era a possibilidade de cafés especiais com frutas verdes. Prontamente, respondi que não. Mas a questão ficou guardada comigo”, recorda.


O questionamento tinha razão de ser, uma vez que, na Ásia, a procura por produtos mais saudáveis já era algo consolidado. E o café, que tem no sabor um dos seus trunfos para fisgar os amante da bebida, precisaria ser, ao mesmo tempo, saudável e atrativo ao consumidor. “É sabido que os produtos verdes possuem compostos fenólicos, antioxidantes e com diversos benefícios para a saúde”.


A produção do café verde surge como opção para os cafeicultores. Por isso, o professor cita algumas dores que afligem os produtores, como alterações no ambiente, temperaturas excessivas, desuniformidade na maturação e a possibilidade de chuvas durante a colheita. Uma no entanto, é decisiva: a redução do desperdício nas colheitas.


“O produtor está num beco sem saída. Se antecipa, muito o verde, piora a qualidade. Se espera, o café cai no chão, o que é ainda pior. Uma estimativa mostra que numa lavoura com potencial de produção de 44 sacas por hectare, estima-se que 13% caiam antes da colheita, 2% fiquem retidos na planta, 10% caiam na colheita e 25% tenham perda total. O que seriam 44 sacas viram 33”.


O professor destaca a parceria entre universidade e empresas para viabilizar o café mais favorável à saúde e que já possui boa aceitação em testes.


“Há possibilidade da busca por soluções, utilizando diversas áreas do conhecimento. Sabemos que o café é benéfico à saude, mas o mundo quer mais. Precisamos entender que, ao oferecer soluções tecnológicas, não dá para perder o primeiro critério do consumidor”.


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